O escultor Stephan Balkenhol nasceu em 1957 em Fritzlar (Hesse) na Alemanha, e faz parte da nova geração de artistas alemães dispostos a prolongarem alguns elementos da arte figurativa, mesmo que demarcando-se claramente dos seus antecessores neoexpressionistas (Georg Baselitz, Jörg Immendorf, A. R. Penck), que recorriam a uma certa selvajaria, a formas primitivas e violentas. Assim, as esculturas de Balkenhol representam personagens contemporâneos, muito frequentemente no seu tamanho natural, com rostos inexpressivos, em poses quase hieráticas reveladoras de serenidade, senão mesmo de humor.
Sem grandes efeitos, o trabalho formal executado por Balkenhol confere-lhes um aspeto poderoso e maciço, mas ao mesmo tempo frágil e magro.
Enquanto estudava na Escola de Belas Artes de Hamburgo, no atelier de Ulrich Rückriem, de quem se tornaria assistente entre 1976 e 1982, realiza fotografias com pessoas que encontra na rua. No início dos anos 80 experimenta «esculturas geladas», que são feitos com objetos moldados em gelo.
As suas primeiras esculturas em madeira - material que se tornará o da sua predileção! - datam de 1982, quando faz uma cabeça de homem e outra de mulher. É este género de esculturas, que apresentará na sua primeira exposição individual em 1984, na galeria Löhrl, em Mönchengladbach.
Nos anos 90, Balkenhol começa a ser conhecido do grande público e expõe em numerosos museus e galerias europeias e americanas. Entre as exposições mais emblemáticas por ele protagonizadas desde então estão as que realiza no Hirshhorn Museum de Washington (1995), no Montreal Museum of Fine Arts (1996), no Sprengel Museum em Hanovre (2003) e no Staatliche Kunsthalle, Baden-Baden (2006).
Não se pode propriamente afirmar que as esculturas de Balkenhol marquem verdadeiramente um regresso ao figurativo já que numerosos artistas, com projetos distintos (César, Segal, Hanson, Paolini, Cragg, Gormley, entre outros) nunca deixaram essa corrente, muito embora se tenha verificado um hiato do tipo «terra queimada», causado pelas vanguardas dos anos 60 e 70, mais apostadas no corpo vivo (com happenings e performances) do que a sua representação.
Nesse final do século, ao optar por talhar formas humanas bastante realistas na madeira, cria personagens que se nos assemelham pelo tamanho, roupas ou poses, e candidata-se a ser tido como herdeiro de uma antiga tradição (vinda da antiguidade grega, romana ou até mesmo egípcia), ao mesmo tempo que anuncia uma outra forma de abordar a problemática da figura. Ainda que ele afirme: Longe de ser orgânico, o meu trabalho é arquitetónico, no sentido tectónico da arquitetura dos corpos.
Passando em revista esta dimensão arquitetónica e antropomórfica das suas esculturas, o artista executou homens e mulheres em diferentes escalas, perfeitamente caracterizados, de pé, sentados, alongados, em grupos ou sozinhos (nalguns casos as cabeças podem chegar a metro e meio de altura!) pintados com cores vivas para as esculturas vestidas ou figuras desnudadas só tendo cor na boca ou nos cabelos.
No início dos anos 90, Balkenhol também começa a dedicar-se a esculpir animais, seja isolados - leão, serpente, ostra - ou em grupo, como os «Seis Ursos» (1991) ou os «57 Pinguins» (1991).
Às vezes ele encena o homem e o animal, como sucede com Man on a Snail (1990), uma escultura com um homem sentado sobre um caracol.
Quer se trate de figuras humanas ou de animais, os tratamentos escultóricos e os materiais são sempre os mesmos. Sem qualquer intenção psicológica ou simbólica - seja moral, social ou política - as esculturas de Balkenhol procuram confrontar-nos com o homem na sua dimensão física.
Já neste século, Stephan Balkenhol questiona a relação entre a pintura e a escultura ao criar quadros esculpidos em baixo relevo sobre madeira pintada e apresentados em contraponto a personagens de pequenas dimensões esculpidos em pé empoleiradas em grandes pedestais verticais.
A exemplo de qualquer artesão, o artista trabalha a madeira em bruto, não se preocupando em disfarçar os golpes do cinzel, as imperfeições, as fissuras, os nós da madeira.
Sem polimento, mostrando-se rugosas ao tato, as esculturas são depois cobertas parcialmente com cores vivas, como sucedia com a estatuária medieval ou expressionista.
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