Uma das poucas vertentes positivas por onde a crise brasileira pode ser abordada é que, dali, não terá António Costa de contar com grandes preocupações quanto à execução do orçamento. É que uma das heranças do passismo-portismo foi a redução a quase nada da relação comercial com o outro lado do Atlântico: apenas 1% das nossas exportações são para ali dirigidas e investimentos de vulto dali provenientes é quase nada. O que não deixa de ser revelador quanto ao abandono pela direita de um dos mercados que, em anos idos bem recentes, poderia ter revelado um potencial significativo.
Podemo-nos, pois, cingir a um acompanhamento exclusivamente político do combate de titãs entre juízes armados em golpistas e governantes sitiados nas suas contradições.
Seja qual for o desiderato não restarão dúvidas em como, ao contrário dos que querem o país regressar a 1964, o Brasil já é muito diferente do de há uma década, quando Lula começou a cuidar de tirar 36 milhões de seres humanos da miséria. Serão esses quem impedirão o retrocesso de se verem novamente empurrados para a indigência. E exigirão mais do que terem comida na mesa.
Quem tem andado a considerar as vantagens de Lula entregar-se que nem cordeiro à imolação e de Dilma antecipar o impeachment talvez tenha mostrado uma precipitação, que os próximos dias tenderão a esclarecer. Sobretudo se a jararaca ripostar como já deu mostras de o pretender...
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