Daqui a um par de anos, quando for possível algum distanciamento sobre o tenebroso resultado de quatro anos de desgovernação da direita no nosso país, será o descalabro financeiro desse período um dos seus mais fidedignos retratos.
O que aconteceu no BES e no Banif, a renomeação de Carlos Costa para o Banco de Portugal e o pretenso alheamento de Vítor Gaspar e Maria Luís Albuquerque do objetivo de recuperação do setor, para o qual a troika até previu 12 mil milhões de euros, saldou-se nesta atual situação em que, à exceção da Caixa Geral de Depósitos, ele arrisca-se a ficar totalmente em mãos espanholas com o beneplácito do próprio Banco Central Europeu. Explica-se, assim, que alguém tão insuspeito como Vítor Bento tenha sido uma das vozes mais sonantes a equacionar a nacionalização do Novo Banco.
Foi perante este cenário que António Costa agiu, virando costas à atitude habitual do governo anterior, que procrastinava por vocação, esperando que os problemas se resolvessem por si mesmos. Por isso tratou de se assumir como facilitador de soluções servindo de ponte entre Isabel dos Santos e La Caixa para resolver o beco sem saída para onde caminhava o BPI e favorecendo uma alternativa, que impede nuestros hermanos de abocanharem o Millenium.
Pelos vistos a notícia do «Expresso», em vez de merecer o elogio do PSD, fez dele reemergir essa figura cada vez mais grotesca chamada Leitão Amaro. E o que ele vem fazer é anunciar uma série de perguntas ao governo sobre tais operações no seio das estruturas acionistas dos principais bancos portugueses como se elas não estivessem a decorrer com a maior das transparências.
Manifestamente, e no que ao setor financeiro diz respeito, o principal partido da oposição justifica a comparação com os que não fazem e querem impedir os outros de fazer. Por agora, e utilizando um título da obra de Marguerite Duras, o PSD continua na lógica do Destruir, dizem eles...
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