Eu sei que iremos passar o dia a ouvir os telejornais enfatizarem os expressivos resultados da extrema-direita nas eleições alemãs de ontem.
É verdade que essa ascensão em força de gente capaz de dizer que os refugiados, incluindo mulheres e crianças, deveriam ser expulsos a tiro das fronteiras que pretendem atravessar, ou com ligações mais do que confirmadas com os movimentos neonazis, só pode inquietar os democratas.
No entanto, esses resultados só se podem compreender à luz da falta de firmeza da chanceler alemã junto de Orbans & Cª cujos direitos comunitários deveriam ser suspensos enquanto não cumprissem os seus mais elementares deveres de asilo para quem tanto deles necessita.
Se na economia Merkel fala forte valendo-se da fraqueza dos que estão demasiado endividados para corresponderem-lhe à falta de solidariedade, logo a voz esmorece quando se trata de garantir o mais elementar respeito pelos Direitos Humanos. Nesse caso até se mostra complacente com a Turquia de Erdogan apesar dos sinais totalitários dados pelo respetivo governo.
Mas as eleições alemãs não trazem apenas a inquietante novidade do crescimento dos fanáticos racistas, porque demonstra uma vez mais qual o resultado obtido pelos partidos da Internacional Socialista quando se dispõem a fazer o jogo da direita: servindo de muleta a Merkel, os sociais democratas do SPD foram contemplados com alguns dos piores resultados eleitorais das últimas décadas.
Seria interessante ouvir Francisco Assis e os antigos seguristas comentarem esta óbvia consequência da estratégia com que se sentiriam confortados depois da noite das eleições de 4 de outubro.
O que Costa tenderá a demonstrar que os socialistas, ou o são de facto, ou os eleitorados votá-los-ão a merecido castigo. Como já sucedeu na Grécia e na Irlanda e se voltou a repetir agora na Alemanha.
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