No próximo dia 29 de março decorrerá a Conferência Nacional sobre o Plano Nacional de Reformas, que consolidará a imagem de estabilidade do atual governo junto dos parceiros europeus quanto a ter soluções para resolver os principais problemas apontados pela Comissão Europeia à economia portuguesa.
Ciente da desconfiança dos partidos associados ao PPE quanto a um governo assumidamente de esquerda, que gostariam de derrubar, António Costa recorre a uma estratégia de acordo com a sua comprovada inteligência negocial. Ora não é que no mês passado a Comissão Europeia divulgou um Relatório onde listava um conjunto de fragilidades na economia portuguesa, que iam da qualificação insuficiente de quem compete no mercado do trabalho até à burocratização dos serviços públicos, dos atrasos na Justiça até à capitalização deficiente das empresas? Pois é só pegar nelas e responder-lhes através do Plano Nacional de Reformas e no PEC em interligação com o Orçamento para 2017! Será esse o tema em discussão daqui a uma semana!
De uma assentada o governo responde a Bruxelas e cria as condições para preservar a estabilidade orçamental para o próximo ano. Porque rejeita fazer o papel de Varoufakis, António Costa procura resolver o problema do financiamento de tais reformas através do aumento das transferências europeias no âmbito do programa Portugal 2020, muito para além das que Passos Coelho ousara requerer. Só assim poderá superar os constrangimentos inerentes ao peso dos juros da dívida, que já custam oito mil milhões de euros por ano e tendem a vir a ser muito mais.
Para já o primeiro-ministro conta com o apoio de Marcelo Rebelo de Sousa, que terá soprado para os jornais através de um dos seus mais próximos colaboradores, que pouco espera da área política donde provém: “a direita não tem programa, nem tem discurso e não se ganham eleições a defender de novo mais cortes nos salários.” Foi essa a constatação recolhida pelo «Público», que hoje a inseriu na sua versão em papel.
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