Como jornalista Manuel Carvalho costuma dar uma no cravo, outra na ferradura quando se trata de o situarmos politicamente à esquerda ou à direita. Por isso mesmo podemos lê-lo na qualidade de observador mais ou menos insuspeito quanto ao governo e considerar significativo o que diz no seu artigo “Trapalhada, uma receita para o pós-troika”, inserido no «Público» de ontem, por traduzir o que pensam muitos dos que terão algumas vezes acreditado no discurso político de passos coelho.
Assim, segundo Manuel Carvalho “o governo que foi capaz de mostrar coragem e sangue-frio nos três anos em que cortou pensões e salários a eito na função pública caiu esta semana na incoerência e no desnorte.”
Considerando a importância de, nesta altura, valorizar a sabedoria, o estudo e a coordenação, o governo terá entrado aos trambolhões no limiar do novo rumo suscitado pelo ciclo pós-troika. Bastaram para isso as intervenções de passos coelho, de paulo portas, pires de lima ou de marilu albuquerque nas oportunidades com que contaram para, através de entrevistas ou de conferências de imprensa darem conta do que vai sendo decidido, ou não, no seio do conselho de ministros…
Por isso constata que “o governo caminha às apalpadelas, no escuro da sua própria incapacidade de definir um rumo e de o aplicar”.
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