Dos vários debates que vi durante o dia avultam algumas conclusões interessantes:
· o António Costa levantou a questão de um grande incómodo no CDS por causa do briefing de leite martins e conseguiu que o lobo xavier confessasse ter estado no mesmo «local público» onde os diretores dos jornais decidiram designar quem havia convocado os respetivos jornalistas para lhes afiançar os cortes definitivos nas pensões e a subsequente indexação ao PIB e à evolução demográfica. (elucidativa a piscadela de olho para Pacheco Pereira!);
· No debate quinzenal passos coelho decidiu que a melhor defesa é o ataque e quis encostar Seguro às cordas. Mas se as condições do debate lhe são favoráveis em tempo de antena, a capacidade de convencer os eleitores da bondade das suas ações esboroa-se por completo. Ressaltam as maldades, que correspondem aos pressupostos ideológicos, que as sustentam;
· No mesmo debate, os comunistas mantêm-se iguais a si mesmos: comparar a direita e os socialistas a uma suposta correspondência entre o nu e o roto pode parecer eficaz para o target de eleitores com que conta (os inabaláveis fiéis), mas dificilmente consegue cativar quem ainda vê uma clara diferença entre o que é um discurso de esquerda (mesmo incipiente) e o outro da despudorada direita;
· O Francisco Louçã voltou ao caso da Câmara de Barcelos e deu-lhe a importância que merece: um autarca PSD fez uma negociata com um consórcio liderado pela Somague e assinou o compromisso de um enorme sobre consumo pela sua população. Resultado anos depois: mais de 170 milhões de euros a pagar por uma autarquia cujo orçamento anual só chega a 60 milhões. Um exemplo lapidar de como se fazem negócios ruinosos à conta das populações condenadas a empobrecerem para que enriqueçam os suspeitos do costume;
· Louçã também voltou, e muito bem, ao inenarrável durão barroso: a forma como ele atribuiu a manuela ferreira leite e a bagão félix (que tinham sido seus ministros) as razões para subscreverem o Manifesto dos 74 revela um carácter - ou a falta dele! - por parte de um arrivista, que tudo fará para culminar o percurso político, que nunca mereceu ter, numa candidatura a Belém;
· Num debate o gomes ferreira (sempre a suscitar-me o lamento por conspurcar o nome homónimo de um enorme Poeta!) asseverou que o problema em Portugal não é ter havido liberalismo a mais, mas a menos. Está visto que, além dos negócios para os amigos, o “economista” de serviço da SIC também quereria que eles se estendessem aos conhecidos. Ainda não se encontrou forma de iluminar as mentes dos talibãs: tão só chegados a esse estado de alucinação, ficam incuráveis para o resto da vida!
· Pedro Adão e Silva conclui o que já se torna cada vez mais óbvio: como “não existirão mais cortes nas pensões e nos vencimentos da função pública” vem aí a alternativa lógica, que muito explica os acontecimentos singulares da semana passada. Os despedimentos em massa desses mesmos funcionários públicos! Adivinham-se por isso cenas bem mais intensas do que as já ontem à tarde ocorridas nas instalações do Ministério da Educação.
· Conclusão final: passada mais uma semana a marilu albuquerque continua sem dizer palavra sobre as palavras do seu secretário de estado. Porque já julgou ter conseguido interiorizar nas próximas vítimas a incontornabilidade da guilhotina, que sobre elas se abaterá?
Post scriptum - há quem afiance que a tia jonet está muito dececionada porque, depois de lhes ter iluminado as mentes para iniciarem nova vocação, nenhum desempregado terá batido á porta do Banco Alimentar para começar a trabalhar ali à borla...
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