sexta-feira, 4 de abril de 2014

POLÍTICA: A exploração de areias betuminosas no Canadá

Perguntem a um americano donde vem o seu petróleo e ele responderá sem qualquer hesitação: do Médio Oriente. Mas, na realidade, são as areias betuminosas do Canadá que fornecem aos Estados Unidos a maior parte do petróleo bruto de que necessitam.
Mais de dois milhões de barris passam a fronteira todos os dias. Os recursos são imensos e desastrosas são as consequências ecológicas da sua exploração: por isso mesmo o Canadá teve se retirar dos signatários do Protocolo de Quioto como resultado da exploração das suas areias betuminosas.
A região de Alberta vive agora do seu subsolo. Fort McMurray, a pequena cidade que está à superfície dessa montanha de ouro negro, está saturada de habitantes. As casas pré-fabricadas vão chegando por estrada para albergarem operários e empresários, que acorrem à cidade.
A subida do preço do petróleo fez com que a exploração dos recursos da região - 169 biliões de barris, ou seja a segunda maior reserva mundial depois da Arábia Saudita - se tornassem rentáveis
Mas cresce a indignação com as consequências ambientais dessa extração: a produção de  um barril de petróleo bruto de Alberta consome dez vezes mais do que a de um barril convencional. Para extrair um volume de petróleo bruto é necessário consumir oito vezes essa mesma quantidade em água. Uma água que vai escasseando na rede freática da região e que vai sendo armazenada, em condições extremamente tóxicas, em imensas bacias de descontaminação.
Os governantes do Canadá fizeram uma opção economicista, que envergonha milhões de canadianos. A começar pelas populações ameríndias, que vivem próximo dessas explorações e veem o seu habitat em perigo. Nalgumas das suas populações o aumento da incidência do cancro já atingiu os 20 e os 30%.
Debalde. Por agora a direita, que tomou conta das rédeas do poder no país, continua a ambicionar para o país a condição de um dos maiores negociantes de petróleo do planeta.





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