É uma história real, passada no primeiro quartel do século XIX, que nunca deixa de fascinar: num serão entre amigos surge o desafio para a criação de uma novela fantástica. E quem assume tal desafio é uma jovem acabada de sair da adolescência, para se entregar a um daqueles amores maiores do que a vida - como o eram os do período romântico! -, e criar o mito de Frankenstein.
Muito embora tenha ficado apenas conhecida por essa obra, a personalidade de Mary Shelley só poderia ser muito especial. Por isso mesmo a recente edição em português da biografia, que sobre ela assinou Cathy Bernheim só pode suscitar justa atenção. Porque ainda antes dos pré-rafaelitas darem uma versão pictórica da exaltação emocional ligada ao romantismo inglês, Mary ilustra bem o seu lado mais excessivo, mas também o seu reverso: o dos desgostos e desilusões subsequentes à constatação da vacuidade de tudo quanto se acreditara e, afinal, se esvaziaria pelos inevitáveis banhos de realidade...
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