Logo depois do 25 de abril havia uma canção do José Barata Moura, que verberava quem se dedicava à caridadezinha, enquanto jogava canasta e digeria boa comidinha.
A pobreza não deveria, segundo essa lógica, derivar das sucessoras das senhoras do movimento nacional feminino do tempo do fascismo, mas da obrigação do Estado em combater essa realidade com medidas de requalificação das pessoas por ela atingidas. A realidade subsequente ao 25 de abril deveria erradicar a pobreza como um verdadeiro dever coletivo de cidadania.
Convencido da bondade dessa perspetiva nunca fui um apoiante convicto das iniciativas do Banco Alimentar, embora em nome da solidariedade tivesse contribuído com algumas dádivas anuais. Contributo que cancelei a partir da conversa da senhora jonet sobre os bifes. Que me voltaram a lembrar as supico pintos dos tempos idos.
Que a referida senhora tenha vindo novamente prendar-nos com mais uma pérola das suas singulares opiniões só reiterou a rejeição definitiva em brincar à caridadezinha, quando por ela tão ostensivamente encabeçada!
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