Há uns dias coibi-me de escrever sobre a morte de Manuel Forjaz, que a TVI erigira como santo pela suposta “coragem” com que enfrentara a sua doença.
Aquilo que então pensei sobre a transformação em espetáculo - mesmo com a conivência do próprio! - de uma morte anunciada, aproxima-se em muito do que poderíamos considerar como a manifestação da mais desbragada pornografia.
Arriscando essa opinião, contrariaria muitos corações piegas, que batem em gente morbidamente “enternecida” com o sofrimento alheio e, por isso, pronta a aceitar como “fonte de sabedoria” algumas banalidades propaladas por quem julgou encontrar algum sentido precário para a sua ameaçada existência na emissão de mensagens envenenadas com a mesma ideologia, que sempre professou.
Exemplo definitivo dessa intenção foi um dos seus últimos posts no facebook em que pretendeu engrossar a campanha contra Vítor Constâncio, depois de durão barroso tr lançado o mote, como forma de distrair as atenções para os verdadeiros responsáveis por um saque aos bolsos dos portugueses: essa “escola” de pensamento e ação cavaquista, que criou e embolsou fortunas à conta do BPN.
Não esqueçamos que forjaz fora um dos principais dirigentes da associação de jovens empresários, que singraram nesse mesmo caldo de cultura.
Mas, porque João Lopes não enjeitou escrever sobre o assunto no «Diário de Notícias» quero sinalizar tal artigo («A morte que está na televisão», 15/4/2014) por denunciar o tipo de (des)informação criado por josé alberto de carvalho e seus comparsas na TVI, próprio de uma ideologia bem explicita no próprio ideário deste seu efémero herói. Como diz o crítico de televisão: “No contexto da linguagem do pequeno ecrã, empurrar Manuel Forjaz para a condição de bandeira da "luta contra o cancro" é tão simplista como promover os concorrentes de A Casa dos Segredos a cruzados da "libertação sexual" - mas é isso que está a acontecer.”
Não é preciso olhar para a promoção conferida pelo canal de Queluz a uma série de aventesmas, que por ali pairam (medina carreira, marcelo rebelo de sousa, manuela ferreira leite, etc.) para concluir que tipo de sociedade se pretende consolidar a partir dos valores, que pululam naquela redação. Que são os opostos aos do espírito da revolução de abril com que a maioria dos portugueses se identifica conforme um estudo agora confirmou.
Quem manda nos josés albertos carvalhos, nos josés gomes ferreiras e figurões que tais, sabe que a maioria da população não se reconhece em nada no tipo de país pretendido por passos coelho e procura - como diria o poeta Aleixo - «um mundo novo a sério». Algo onde não se tenha de constatar, com indignação, que um dos símbolos mais representativos desse mesmo cavaquismo - Duarte Lima - já se encontre em liberdade (quase) plena, sem que se perspetive a mínima hipótese de recuperar os milhões de euros por ele recebidos de empréstimo dos seus amigos do BPN e decerto já colocados a recato para usufruto de quem a eles nunca deveria legitimamente ter acesso...
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