Ontem, no Jornal de Negócios, Fernando Sobral escrevia que para Passos Coelho o salário mínimo é o espelho do seu pensamento mínimo. Que é o de pensar na possibilidade de transformar Portugal num país vocacionado para exportações manufacturadas por uma mão-de-obra pouco qualificada e a ganhar salários de miséria, como se, por artes mágicas, viesse a transformar-se a médio prazo numa espécie de Singapura cujo modelo travestido configura a sua medíocre personalidade.
Mas passos vai mais longe: julga que o salário mínimo não baixa, apesar de ele julgar ser essa a melhor alternativa para multiplicar empregos para o milhão de desempregados já contabilizáveis por força das suas opções (des)governativas. A verdade é que, nestes dois anos, a coligação PSD/CDS já conseguiu reduzir em 18 euros o valor em causa. Só por não acompanhar a evolução da inflação durante este período.
É, por isso mesmo que a atemorizada Standard & Poor’s decidiu ajudar com uma notação destinada a servir os objetivos de propaganda para iludir incautos, não sem alertar no mesmo documento para a evidência: apesar da esperada suavização das metas orçamentais, consideramos que os riscos ao contrato social continuam a ser significativos, à medida que o Governo continua a aplicar o seu programa de cortes da despesa pública entre 2013 e 2014.
Porque os portugueses mostram-se mais do que fartos com ele o governo e a maioria que o suporta agarram-se ao poder, invocando um voto passado, tão distante como as promessas entretanto feitas, conclui o artista plástico Leonel Moura no mesmo matutino económico.
Sem comentários:
Enviar um comentário