A melhor reação que colhi do texto publicado esta tarde no blogue foi do Licínio Nunes, que anotou o seguinte comentário: Já o disse e não tenho qualquer problema em dar a mão à palmatória, o "Regresso do Animal Feroz" mostrou que, enquanto político, José Sócrates está várias ordens de magnitude acima da norma ranh..., digamos, de nariz incontinente, dos actuais, incluindo "o outro". Mas agora fiquei perplexo: se aceitarmos a analogia do Júlio César, "O Animal" passa a ser quem? O Astérix ou o Obélix? Ah! Desde que não seja o bardo, que acaba sempre amarrado e amordaçado, no ramo duma árvore, a mim tanto me faz..., hehehehe
Prosseguindo, pois, com a lógica dessa comparação não duvido que Sócrates faz nela o papel de Astérix: inteligente e determinado, basta-lhe tomar a poção mágica do estudo rigoroso dos dossiers para transformar quaisquer interlocutores, que o entrevistem ou com quem debata, em gente sem qualidades. Como reconheceu Baptista Bastos no «Diário de Notícias» ele regressou em grande forma.
Nesse sentido um dos mais ignóbeis comentadores da entrevista, e elucidativo exemplo desse tipo de homem sem qualidades de que falava Musil, é o lamentável manuel maria carrilho, quando incorreu na abjeta associação de Sócrates com relvas como se se pudesse comparar o estudo, a reflexão e o sentido de estratégia de que se revela imbuído, com a superficialidade meio idiota ostentada, sem sequer consciência disso, pelo ainda ministro dos assuntos par(a)lamentares!
Nesse sentido carrilho lembra aquele espião romano enviado para a aldeia gaulesa para aí semear a confusão e que acaba estraçalhado pelo triste papel para que aceitou ser confiado. Se chegou a fazer algo de positivo na cultura em tempos idos, o envelhecimento está a fazer-lhe extremamente mal.
A direita, que Sócrates tanto causticou na entrevista, assemelha-se a essas legiões romanas, que passos coelho anunciara com trombetas como estando pretensamente dotadas das melhores armas e a mais preparada para combater a crise de 2011 e agora estilhaçadas pela conjugação da sua mais que evidente incompetência para tirar o país da crise e, a partir de agora, com as palavras disparadas a partir da catapulta do antigo primeiro-ministro.
É claro que ainda fica por esclarecer quem ficará no papel de Obélix ou do esganiçado bardo!
Se alargarmos a aldeia gaulesa a toda a esquerda não é difícil entregar a Heloísa Apolónia este último papel. Quanto ao gordo meio ingénuo e guloso da poção mágica, apostaria em entregar tal desempenho ao PCP e ao BE por terem servido há dois anos atrás de idiotas úteis da estratégia da direita e precisarem, de facto, desse preparo druídico para abandonarem o sectarismo e se disporem a viabilizar um governo de esquerda capaz de alterar este percurso acelerado do país para a catástrofe.
Na realidade comprova-se que não existe qualquer semelhança possível entre um governo socialista e um de direita. Agora só é preciso um esforço conjunto dos três partidos da Oposição para encontrarem o máximo denominador comum e serem capazes de se mostrarem mais inteligentes que a esquerda italiana aonde a possibilidade de Bersani aumentar a contenção dos estragos de Merckel na União Europeia se viu posta em causa pela demagogia tonta e extremamente perigosa dos apreciadores do estilo do palhaço-grilo.
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