A princípio este documentário da National Geographic começa por nos deixar incrédulos. Afinal, o que levará o cientista Bill Stone a incrementar os requisitos do seu robot «Endurance» com o propósito de enviar um dos seus sucedâneos ao satélite Europa do planeta Júpiter lá para meados de 2050? Para que se estarão a consumir tantos recursos, quer em dinheiro, quer em tempo de trabalho de toda uma equipa de cientistas, deslocados ao Antártico para testar as capacidades de tal equipamento em condições extremas de temperatura?
Mas, a pouco e pouco, o seu testemunho e o de muitos outros cientistas, darão sentido a tal esforço: é que sabe-se há já várias décadas que Europa tem um oceano líquido por baixo da extensa camada de gelo com 100 kms de espessura média à superfície! E que, a maior profundidade existem possibilidades de fumarolas vulcânicas, capazes de aí replicarem ambientes marinhos já descobertos na Terra a grandes profundidades, em que uma imensa diversidade de vida se congrega em torno desse tipo de ecossistema.
Uma expedição capaz de chegar ao planeta em causa, de cavar acesso até esse oceano e aí encontrar formas de vida, demonstrará em definitivo o quanto não estamos sozinhos no universo e esclarecerá se, pela respetiva composição, elas provirão ou não de uma mesma origem da desenvolvida na Terra!
Se puséssemos o camilo lourenço a perorar sobre a justificação deste tipo de investimento por certo que o conhecido economista diria tratar-se de algo perfeitamente dispensável.
Afinal, que interesse terá para os banqueiros e os financeiros tão do seu agrado, se existe vida em Europa e se ela se poderá ou não interligar com a criada na Terra?
Mas, porque o conhecimento acumulado pela Humanidade tem sido proveniente da acumulação de dados aparentemente tão inócuos e afinal tão relevantes, podemos considerar louvável e plenamente justificável o esforço de Bill Stone e dos seus colaboradores...
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