terça-feira, 12 de novembro de 2013

POLÍTICA: Sobram eufemismos enquanto perora o guru do machete

As cinzas do incêndio deflagrado por rui machete ainda estão quentes pelo que justifica-se  olhar para as suas declarações de acordo com outra perspetiva, que tem escapado à maioria dos que as têm comentado: a influência do guru josé gomes ferreira nas opiniões iluminadas dos membros do governo.
A conclusão foi a do próprio autor da proposta neoliberal-criptofascista para governar Portugal, que ainda anda pelos escaparates dos hipermercados. De facto, no Jornal da Tarde da SIC Notícias, ele surgiu a reivindicar a autoria dos 4,5% como patamar de juros para o regresso aos mercados, já que fora esse o indicador discutido num dos seus programas das quartas-feiras à noite. Mas até ele reconheceu a distância que vai entre o que pode dizer um opinador televisivo e um ministro de Estado.
De qualquer forma ficámos esclarecidos quanto à fonte onde o machete foi buscar o seu palpite indiano: sem informação aprofundada, limita-se a procurar nas emissões televisivas dos apoiantes mais ou menos declarados do governo, as argumentações “brilhantes” com que pretende brindar os que têm o azar de lhe dar ouvidos.
Poder-se-á considerar que cada um tem os gurus que merece e machete está para ministro, como josé gomes ferreira está para o jornalismo: o preconceito ideológico e as vistas curtas de ambos não os deixam vislumbrar um boi - o da crise violenta que se vai agravando ainda mais! - à frente dos olhos.
Mas convenhamos que este não é caso único na equipa de passos coelho: as leituras, que ali proliferam, são curtas e tendenciosas quanto baste para, em relação aos resultados efetivos da sua desgovernação, não quererem ver à viva força o que é uma evidência gritante para o comum dos mortais!
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Notícia igualmente de ontem foi o desaparecimento de uma mulher com cerca de quarenta anos nas águas do Tejo em frente a Vila Franca de Xira.
Terá havido quem a visse de pernas a balançar enquanto, sentada na beira do cais, olhava para o rio, com a mala de mão ao lado. Mas, enquanto foram chamar a Polícia para impedir o expectável desiderato, ela já desaparecera deixando apenas esse adorno no sítio onde estivera a ganhar coragem para levar por diante a sua decisão.
Laconicamente o locutor anunciou que “uma mulher caíra ao rio!”. Que eufemismo tosco para designar o suicídio de mais uma pessoa desesperada! Que imitou muitas outras, que engolem comprimidos ou veneno, se atiram de prédios altos, se metem debaixo de comboios ou aceleram os carros contra muros à beira das estradas.
Vai por aí muito sofrimento sem remissão. A esperança é algo, que este governo roubou indecentemente aos portugueses. Sem que os seus ministros e secretários de estado revelem o mínimo remorso ou de vergonha por tantas vidas ceifadas, ou por tantas outras que nem chegam a nascer, porque quase ninguém no seu perfeito juízo se arrisca a ter um filho por não saber o que dele seria daqui a uns anos, quando chegasse a sua vez de entrar na universidade ou no mercado do trabalho.
Vamos sendo cada vez menos, mas já querem-nos fazer crer que já vivemos em pleno “milagre económico”. O que, amargamente, é verdade. Mas só para aqueles que, já milionários, ainda acrescentam maior fortuna à que já têm. Ou para os donos dos colégios privados a quem, segundo o Orçamento Geral do Estado, o crato quer brindar com mais 19 milhões de euros.
Por ora não parece haver limite para a indignidade em quem cavaco tanto apoia para nos continuar a espoliar!


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