Na sua crónica semanal do «Diário de Notícias», José Manuel Pureza evoca o grito «Viva La Muerte» soltado em 1936 pelos franquistas contra Unamuno para o colocar em paralelo com a política cratista para o ensino superior.
Será excessivo essa conotação da prática deste governo para a Educação com o fanatismo assassino dos apaniguados de Millan Astray? Talvez, mas manda a verdade que se diga das incertezas então presentes nessa sessão da universidade de Salamanca, quanto ao resultado da Guerra Civil acabada de iniciar.
Os fanáticos, que se dispunham a disparar sempre que lhes falassem de cultura, já eram pródigos no mesmo ódio à inteligência e ao conhecimento demonstrado pelo antigo maoísta reconvertido em ideólogo da direita radical. O tal que denota a miopia ideológica de querer forçar a coincidência entre conhecimento e educação com exames e com degradação do ensino público.
Neste momento também é incerto o resultado da guerra movida por crato contra o setor da atividade nacional mais determinante para a competitividade e produtividade futura da economia portuguesa.
Queremos crer que as batalhas atuais já prenunciam as derrotas futuras do titular do ministério, que deveria promover a educação e a investigação científica. O anunciado corte de relações dos reitores das Universidades com a tutela é apenas mais um sinal do isolamento de quem sairá aniquilado da refrega.
Depois de iludir muita gente com os seus textos de jornal sobre educação, crato terá ainda assim um mérito superior ao da maioria dos seus colegas de governo: em vez de passar ao anonimato de onde nunca teria merecido sair, ficará para a História como o criador de uma verdadeira “terra queimada” no setor, que terá tutelado para gravoso dano dos professores, dos estudantes e dos portugueses em geral...
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