Na sua homilia de fim de tarde o inefável marco antónio mostrou como os franceses parecem ter razão, quando dizem que les beaux esprits se rencontrent! De facto, para comentar a sessão desta noite na Aula Magna, patrocinada por Mário Soares para defender a Constituição, a criatura não encontrou melhor aliado que pudesse citar, que logo foi escolher Jerónimo de Sousa.
Depois de dar a mão ao antigo cacique laranja das Caldas da Rainha na câmara de Loures, o PCP continua na mesma linha de aliado circunstancial da direita ao desvalorizar o impacto de uma iniciativa, que tem o condão de alargar a contestação a este (des)governo a setores sociais e políticos relevantes para lhe apressar o fim. Apesar de até se fazer representar nessa sessão e discursar pela voz de Ruben de Carvalho.
Por muito que custe ao PCP, a personalidade com maior capacidade para criar uma ampla concertação de quantos têm a consciência do desastre em que mergulhámos, e ao qual haverá que começar a dar remendo, é Mário Soares. O decano da nossa Democracia está a tornar-se tão relevante como o Presidente Giorgio Napolitano o está a ser para os italianos: ambos são as referências morais das suas sociedades para liderarem o combate contra aqueles que já tiveram tempo demais para revelarem a sua mesquinhez, ganância e fanatismo ideológico.
É por isso que a sessão da Aula Magna pode ser ter a importância daqueles acontecimentos, que fazem de quando acontecem, o primeiro dia do resto das nossas vidas. Por conter a semente de uma nova oportunidade para a esquerda portuguesa se reencontrar consigo mesma, conseguindo aliar-se a quem, na direita, não se revê nesta situação, e tudo se propor a transformar.
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