O realizador norte-americano António Campos (filho de um brasileiro e de uma italo-americana) já dera nas vistas com o seu «Afterschool», que o tornara num dos mais importantes nomes do cinema independente relacionados com o festival de Sundance.
Desta feita ele tem Simon como protagonista, um jovem que vai para Paris curar-se de uma relação amorosa mal sucedida.
A princípio ele bem se esforça por seguir o roteiro dos museus e outros monumentos. Mas depressa se deixa envolver com uma prostituta romena, junto de quem se revela no seu desespero e fragilidade. Ou, pelo menos será isso que lhe quererá fazer crer, porque a realidade é completamente inversa: em vez de dela dependente afetivamente, Simon revela-se um perigoso manipulador, que precipitará a tragédia… e as vítimas, nestes antros, acabam por ser invariavelmente as mulheres!
Temos, pois, mais uma história sobre relacionamentos destrutivos com recurso a uma violência, mais sugerida do que mostrada, mas suficiente para tornar a visão deste filme numa experiência incómoda, senão mesmo desagradável. Porque Simon revela-se um autentico crápula, completamente virado para o seu ego, e indiferente às vidas, que possa prejudicar.
Há quem aprecie o conceito desta história feita para incomodar e com uma interpretação muito convincente do ator principal no sentido de causar uma antipatia emocional no espectador. Mas confesso já não estar muito disponível para este tipo de cinema abjecionista, ciente de como o niilismo nos aproxima mais das detestáveis ditaduras do pensamento do que da sua livre expressão!
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