A nossa estrela é mais do que uma imensa ampola elétrica. Além da luminosidade, que nos faculta, ela tem forças telúricas a evoluírem minuto a minuto a partir do seu núcleo e que sobem até à superfície.
Esse fenómeno é conhecido há centenas de anos sob a forma de manchas solares, que chegam a ter dimensões equiparáveis às da própria Terra. Foi Galileu quem, há quatrocentos anos, identificou essas manchas sombrias e lhes procurou atribuir uma primeira explicação: o movimento de rotação do sol seria mais rápido no respetivo equador do que nos polos engendrando essa distribuição desigual de matéria incandescente.
Desde então não faltaram registo dessas manchas particularmente atiçadas de onze em onze anos. Mas ainda ninguém conseguiu dar uma explicação satisfatória sobre a sua origem e periodicidade…
Mas já se conseguiram encontrar relações causa-efeito entre essa regularidade de comportamento e pequenos períodos de glaciações.
Os telescópios modernos, que possibilitam filtrar os raios X e os ultravioletas, permitiram identificar a potência explosiva do sol e a sua capacidade para projetar enormes volumes de gás a partir dessas manchas. Essas erupções atingem os milhões de graus centígrados e intensificam os campos magnéticos em milhares de gauss.
Toda a superfície solar transforma-se numa sucessão de anéis magnéticos, cada qual com energia suficiente para suprir as necessidades energéticas dos EUA durante um ano inteiro.
São esses anéis magnéticos que se rompem e projetam para o espaço imensas quantidades de plasma. Elas levam dois dias a alcançar a Terra e a porem em risco os satélites, que a circundam e possibilitam a maioria do volume de telecomunicações.
Esse mesmo vento solar também influi no belíssimo fenómeno das auroras boreais a elevadas latitudes e que resulta do seu choque com o campo magnético terrestre.
Mas as consequências desses fenómenos periódicos não se ficam por aí: as alterações no campo magnético terrestre poderão desorientar os fenómenos migratórios de animais, que se regem por ele para demandarem os seus locais de nidificação. Os cientistas também acreditam existir uma interligação entre a aceleração da atividade solar e o número de baleias a perderem-se nos areais de todos os continentes.
Persistente é, igualmente, a sensação de frustração por termos quase ao nosso alcance as quantidades inesgotáveis da energia necessária para suprir todas as necessidades terrestres e continuarmos obrigados a consumir recursos não renováveis. É certo que as centrais solares são uma primeira tentativa de alcançar esse objetivo, mas ainda se revelam tecnologicamente insipientes para a dimensão pretendida.
Presume-se que a evolução da recente indústria solar irá conseguir resultados cada vez mais eficientes, porque o futuro ainda poderá ser bastante alargado. Só daqui a cinco mil milhões de anos é que todo o hidrogénio contido no sol se esgotará e ele converter-se-á numa gigante vermelha capaz de engolir os planetas mais próximos. A Terra poderá não escapar a tal desiderato. Mas, ainda que permanecendo incólume, toda a vida terrestre de então estará condenada, porque o sol será um corpo escuro, incapaz de transmitir alguma luz adicional. Esta região da Via Láctea tornar-se-á particularmente sombria.
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