Nos Himalaias, o aquecimento global está a dificultar a já muito difícil vida dos habitantes, que vivem em aldeias situadas a mais de quatro mil metros de altitude e têm água em quantidade cada vez mais insuficiente para a sua agricultura de subsistência. Sobretudo, por causa do recuo dos glaciares, da aridez da terra e dos efeitos devastadores das enxurradas criadas pelas intensas chuvadas das monções, que decapam a superfície cultivável das courelas.
No distrito nepalês do Mustang, os camponeses bem se afadigam a reforçar os canais de irrigação, que a água por aí disponibilizada, mal chega para apenas alguns dos que necessitam de a utilizar.
A solução parece ser a de mudar aldeias para zonas mais benignas. Pelo menos é o que defende uma universidade suíça, que apoia um lama particularmente ativo em se fazer importante à custa das pessoas dessa região. Por isso ele manipula as populações para não darem ouvidos a outras soluções, que passariam por exemplo pelo recurso a águas subterrâneas aspiradas por bombas acionadas graças a energias renováveis.
Se, nós ocidentais, já nos queixamos dos enormes sacrifícios a que estamos sujeitos no nosso quotidiano laboral, que dizer desses aldeões obrigados a carregarem pedras pesadas às costas para edificarem aquela que será a sua nova habitação?
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