domingo, 24 de novembro de 2013

POLÍTICA: poderá o Partido Socialista ganhar eleições sem o povo?

Poderá a Esquerda ter sucesso sem o povo? Eis a questão pertinente que Jorge Almeida Fernandes coloca num artigo do «Público» de ontem.
Fará sentido um Partido Socialista sem o apoio maioritário da classe operária, mesmo descontando aquela que se sente melhor representada no Partido Comunista?
Essa dúvida faz todo o sentido, quando se sabe que passos coelho chegou ao poder graças a muitos portugueses, que viviam do seu trabalho e se sentiam melhor representados pela aparente modéstia do habitante de Massamá do que por um José Sócrates sobre quem corriam tantas histórias nas redes sociais - como se adivinhava, e agora se confirmou pelo testemunho de moreira de sá, inventadas e sabiamente orquestradas por miguel relvas! - e que já prometia a austeridade anunciada no PEC IV. Assim como muitos reformados e pensionistas ou os agricultores das feiras visitadas por paulo portas terão confiado nele para melhor se sentirem representados.
O Partido Socialista perdeu as eleições de 2011, não só pelo desgaste continuado da sua governação de seis anos, mas também por não conseguir ultrapassar a coligação de direita na capacidade de convencer os portugueses da bondade da sua proposta política. Venceu a demagogia e a mentira, e por isso tantos se sentem hoje enganados!
Mas, olhando para as sondagens mais recentes, de entre os 33% de potenciais eleitores, que a direita ainda cativa, muitos deles ainda continuam a não ter a consciência de estarem a apoiar uma linha política a contracorrente dos seus interesses. Pensassem racionalmente nas vantagens e desvantagens de prosseguirem o apoio à direita radical e compreenderiam a estupidez de o fazerem.
O problema é que, a exemplo da esquerda socialista europeia, o PS ainda não encontrou a melhor estratégia de comunicação para voltar a contar com a pequena burguesia e com o operariado. Um problema transversal a nível europeu, como se depreende dos 40% dos operários franceses, que apoiam a Frente Nacional de Marine Le Pen ou os 40% de operários italianos, que votaram no grotesco movimento de Beppe Grillo.
O problema, que hoje se coloca ao Partido Socialista é o de encontrar o discurso adequado para reconquistar o apoio dos que, em 2005, nele votaram!


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