Uma dúvida pertinente, que as quatro mil páginas do processo da Operação Marquês suscita: terá Passos Coelho amnistiado as dívidas fiscais do grupo Cofina porque o seu pasquim matinal estava a servir de altifalante às fugas de informação, que tanto serviam a sua estratégia política? E já agora seria exigir muito a Joana Marques Vidal que nos desse conta dos custos de uma investigação, que se prolongou por vários anos e muitas dezenas de procuradores, especialistas da Autoridade Fiscal e respetivos assistentes, sem esquecer todo o economato consumido para o efeito? Ou, ainda, que misteriosa razão terá levado Paulo Portas à sede do BES no dia da sua demissão irrevogável e de lá voltou feito cordeirinho amestrado disposto a dar o dito pelo não dito?
Quem coloca outra dúvida, que mereceria resposta, foi o blog «A Estátua de Sal», que, a propósito da afirmação de Marques Mendes sobre a forte probabilidade de não ter havido nenhum processo contra José Sócrates se Pinto Monteiro ainda fosse o procurador-geral da República, questiona se o diminuto comentador se teria escapado tão lestamente das múltiplas suspeitas a que tem sido sujeito nos anos mais recentes se não fosse Joana Marques Vidal a atual titular desse posto.
E, já que estamos em marés de perguntas, coloquemos outra a Marcelo Rebelo de Sousa, que insinuou o desejo de ver a Ministra da Administração Interna demitida ao falar de uma suposta «responsabilidade funcional» do topo da cadeia de comando por quem comete falhas nos escalões hierárquicos abaixo. Na mesma lógica, não deveria Marcelo retirar as mesmas conclusões a respeito de si mesmo a propósito do que quer que tenha acontecido com o armamento de Tancos, já que é o Comandante-Chefe das Forças Armadas? Ou, mais uma vez, ele confirma a lógica de se fazer como diz, e não como faz?
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