Chego agora ao computador e dou com muitos amigos das redes sociais a dizerem coisas, que me deixam atónito. O governo ficou e estará fragilizado? António Costa cedeu à direita? A possibilidade de cumprir o resto da legislatura reduziu-se significativamente?
Francamente, estou banzado, até porque muitos dos que assim se andam a expressar não têm nenhuma aparente simpatia pelo PSD e pelo CDS a quem, no entanto, estão a fazer um favor com este súbito esmorecimento nas suas convicções a respeito da atual maioria parlamentar.
Assim, de um momento para o outro, deixou de ter qualquer importância o que já foi conseguido no crescimento económico, no desemprego, na redução do défice, na reversão dos cortes nos rendimentos de milhões de portugueses ou na inversão total do clima das instituições internacionais a respeito do rumo económico do nosso país?
Quer isto dizer que de governo bestial, passaram a achá-lo um conjunto de bestas quadradas ignorantes quanto ao que andam a fazer?
Haja algum bom senso e, sobretudo, devolva-se a António Costa o crédito de termos andado meses em campanha a proclamarmos que nele confiávamos.
É claro que as direitas andavam fulas com o que isso significava quanto ao projeto de se perenizarem no poder a fim de prosseguirem uma agenda ideológica feita de cortes nos rendimentos dos mais fracos e na privatização de tudo quanto ainda até aí escapara à sua sanha de entregar todas as joias dos dedos aos interesses dos que, depois, lhes assegurariam bons empregos (vide Catroga!).
Agora António Costa, depois de tanto ter conseguido, é dado como ferido na sua legitimidade enquanto primeiro-ministro? Repito: haja bom senso. Ou não o conhecemos suficientemente bem, para sabermos que não são dificuldades a desviarem-no do rumo certo para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos? Não sabemos o quanto ele parece conhecer de fio a pavio o célebre manual de Sun Tzu, que formou gerações milenares de chefes militares, que nele aprenderam quando se deve atacar ou quando se deve mostrar contenção para acumular forças e encontrar melhores circunstâncias para voltar a avançar? Num outro contexto estamos na altura de voltar a ver cumprida a célebre máxima de se saber dar um passo atrás para avançar dois em frente.
A interina direção laranja e Assunção Cristas, que despertou para a política quando o atual primeiro-ministro já nela labutava há muitos anos, revelam-se uns verdadeiros meninos a julgarem-se capazes de se medirem com quem possui uma outra maturidade. Mesmo que se pretendem encher de bazófia com uma moção de censura destinada a abortar logo após a sua gestação…
É por isso mesmo que digo e redigo: Eu confiei, continuo a confiar … e muito!
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