Nos últimos dias alguns dos textos publicados neste blogue têm merecido de leitores alguns comentários mais desenvolvidos, que seria injusto deixar quase escondidos nessa condição visualmente menos apelativa. Daí que valha a pena dar-lhes a palavra num post autónomo com o antecipado agradecimento de terem dispensado tempo de qualidade para darem conta das suas opiniões.
Desde sempre que o linchamento público é uma das formas mais saudáveis de as sociedades lidarem com momentos difíceis. Nestes momentos, as pessoas não precisam de saber o que aconteceu, o que falhou ou o que tem de ser feito para nunca mais acontecer. Até porque isso é complexo demais para elas. O que as pessoas precisam é de um saco de pancada para descarregarem a raiva, para que as pessoas possam satisfazer os seus instintos mais primários. Será que saber as causas não seria o mais importante? Quem são os criminosos incendiários? Quem os manda? Quem ganha milhões com os incêndios? Não é só a compra da madeira queimada, mas essencialmente os negócios com o material dos bombeiros, das empresas privadas etc etc.
O Presidente da República fez um brutal e desajustado discurso, não o ouvi condenar os terroristas incendiários, nem fazer apelo à justiça para os perseguir e prender, com demissão do governo que ele não teve a coragem de o fazer, teríamos ido para eleições antecipadas, com toda a desgraça que aconteceria ao País durante o tempo, mais de 6 meses em que Portugal ficaria com um governo de gestão e sem orçamento. Gostaria de ver nestas circunstâncias o que diria Marcelo e qual seria a postura e responsabilidade, ou digamos irresponsabilidade, quais as notas que então daria, com a economia estagnada, sem investimentos, com os juros a subir em flecha e Portugal de novo no lixo, gostava mesmo também de ver quais seriam os resultados eleitorais, com esta direita ressabiada e ignóbil, que agora, de forma imbecil, pede a demissão de António Costa, se os portugueses perdoariam a Marcelo e a estes arruaceiros do PSD e CDS o drama de voltarmos a antever os tempos da troika pafiosa nos horizontes de Portugal. Será que após os resultados eleitorais Marcelo se demitia?
Mais uma visão, ou um conjunto delas, todas interessantes e necessárias para que todo o cidadão possa rever também os seus conceitos do que é justo e do que não é, de forma agradável. Agrada-me sobretudo, não encontrar aqui aquele comentário frívolo a raiar o ordinário. Ao longo do tempo vão-se acumulando pequenas dúvidas, pequenos nadas que orientam no sentido da perda de confiança, quanto ao presidente da república que no seu jeito afectivo vai descurando a função de estado, de gestor máximo do bem colectivo, surgindo como hipotético D. Sebastião, vindo das fumaças políticas e industriais, que a ambição engendrou, não na função de salvador, mas de "jornalista", por que viu e ouviu. Portugal e nele os Portugueses todos, não apenas os que têm poder de mando e conta bancária lá fora... esperam e precisam de quem saiba liderar em ambiente de calamidade, em ambiente de profunda necessidade, porque, em clima de paz e de bonança todo o malandro se sai bem na fotografia, como temos visto até aqui. Continua por isso a ser urgente a separação das águas; a competência da inépcia; o compadrio do interesse; a qualidade da quantidade; a previsão a longo prazo, do imediatismo de estilo jornalístico; a justa atribuição de apoios, da força dos diplomas castrantes, etc. É urgente cortar os braços desse "polvo" sugador, que nos acorrenta num clima de mediocridade social e emocional, castradora dos arroubos necessários para que possamos todos manifestar a soberana vontade que nos pertence de querer o melhor deste vasto possível que se desenha no horizonte.
As crenças, os interesses, a resistência à mudança faz da nossa democracia uma estratégia fechada as crenças de ditadores que andam por aí a solta, com uma mente pequena e fechada .A maioria das pessoas vivem só bem a dizer mal da democracia o modelo mais justo, mas que não é bem visto nas mentalidades resistentes e pequenas por isso quem sai da caixa é posto a força dentro da caixa. Muitos, mas muitos, querem é fazer muito pela mudança, mas os obstáculos são o grande problema de quem nas salas de aulas fazem crer uma coisa e depois, um dia num cargo político, anulam tudo o que disseram numa sala de aulas.
Celeste Martins
Quem foi "estrela" não quer que o brilho se dissipe na espuma dos dias. O povo pede um afago mas que traga junto algo de real às vidas tocadas pela tragédia. Nada em Marcelo é feito ao acaso. Isso é apanágio dos espíritos simples. Deseja ser amado, desejado e, às vezes, sai-lhe um desabafo narcisista como aquele de... "então não veio cá ninguém, veio o Presidente, não é bom" ? Fosse o 1º. ministro ou um membro do Governo e os jornais tinham a frase na 1ª. página e a abrir telejornais!
A empatia manter-se-á até que os cidadãos não a sintam como um "olá e até logo" ! A minha aposta é que Marcelo quer desafiar a história com sendo o "melhor, mais popular, mas humano, mais fraterno, mais amigo dos Presidentes. Quererá ser até considerado "santo" e com entrada no "livro dos records" como o mais beijoqueiro no planeta e herói das selfies ". Entretanto está no tempo útil do mandato, dados os dramáticos acontecimentos deste Verão em Portugal. Um 2º. mandato não será um passeio mas uma consistente definição dos seus propósitos e ele, pelo contrário, prefere as manobras entre as várias peças do tabuleiro politico. E ai ...não há Marcelo disponível, pelas incógnitas que isso acarreta !
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