Quem me conhece sabe o quão pouco me interesso pelas questões do futebol. Quase tão facilmente me apresso a zappinguear os vários programas de debate futebolóide nas várias televisões, como o faço com aquele tipo de personagens que só de os ouvir fico indisposto - José Gomes Ferreira, Rodrigues dos Santos, Medina Carreira e outros mais! -, a quem logo retiroo uso da palavra, tão farto estou de os ver repetir a cartilha do costume.
Ontem, porém, cheguei a tempo da praia para ver a segunda parte do jogo contra a Hungria, e só não pude estar mais atento, porque houve quem me telefonasse, obrigando-me a dividir a atenção dos últimos minutos do jogo com uma conversa, que teria desejado mais abreviada.
Mas se já não estou para ir em grandes futebóis mantenho a opinião de ser muito fácil encontrar metáforas fundamentadas para equiparar o que se passa nos estádios com a situação política nacional.
A exemplo da equipa portuguesa temos um Governo, que consideramos competente e um líder experiente, capaz de se mostrar tão excelente quanto, amiúde, o nosso principal craque o demonstra em campo. O problema é que ansiávamos por resultados brilhantes e eles ainda tardam: vamos lá a ver se os indicadores amanhã publicados pelo INE nos dão maiores alegrias do que os dos últimos meses, porque, verdadeiramente queremos mais emprego e crescimento económico, calando de vez as bocas melífluas, que insistem em repetir milhentas vezes a mentira do “não funciona” à espera que assim a transformem num axioma irrefutável.
O problema têm sido as equipas adversárias, que contam com a força bruta (no caso das instituições europeias), a sorte (um episódio como o das lambadas prometidas por João Soares) ou alguma capacidade de contra ataque (a história da CGD) para frustrarem as nossas expetativas. Nesta altura já queríamos ter celebrado mais vitórias, e por agora pouco mais podemos congratularmo-nos do que com as conseguidas na fase de preparação para este Europeu.
Estamos, pois, com o Governo como com a seleção: confiantes em que conseguem superar-se mais do que até aqui e darem-nos as alegrias, que merecemos!
É que não há mais pachorra para aturar os candidatos a velhos do Restelo, sempre prontos a desaconselhar objetivos mais ambiciosos, porque deveríamos continuar aqui armados em coitadinhos no nosso país no diminutivo, onde acreditam, que juizinho é que é preciso (Alexandre O’Neill dixit).
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