1. Não é difícil imaginar que, depois de dada a extrema unção ao movimento dos colégios particulares, que terá tido um último sopro de vida na manhã do encerramento do Congresso do PS, já outros interesses privados a viverem de lautas rendas do Estado terão motivo para protestarem: o governo decidiu que a Parpública será reformulada de forma a constituir a consultora das empresas do Estado.
A ser enriquecida com a contratação de especialistas em Direito, Engenharia, Arquitetura e outros saberes fundamentais para que as instituições públicas possuam melhores ferramentas de apoio à decisão, a nova Parpública poupará muitos milhões de euros pagos a empresas privadas de consultoria e mantê-los-á nos cofres do Estado.
Não faltará muito tempo para que novos lobbies se venham manifestar contra o desemprego a que ficam sujeitos os que trabalhavam em empresas rentabilizadas graças à farta mama do Estado.
2. A exemplo de outro «homem sem qualidades», que conseguiu ascender muitos patamares acima do que justificaria a sua inteligência e currículo - obviamente volto aqui a referenciar o medíocre Durão Barroso - Paulo Portas garantiu um tacho dourado na empresa de António Mota.
Por ter talento no setor da construção e obras públicas? Não!
Por se lhe reconhecerem capacidades de estratega acima da média? Também não.
Porque possui uma vistosa agenda com múltiplos contactos, quando passou anos a passear à conta dos nossos impostos? Claro que sim!
Num mundo onde as “networks” constituem imprescindível condição para ser bem sucedido nos negócios, Portas andou anos a trabalhá-las para agora as aplicar com muito proveito e sem qualquer pingo de vergonha.
Diz que não há incompatibilidades? Sendo o descaramento um traço de (falta) carácter dos que lideraram o PàF, ele só se limita a repetir a mentira as vezes, que forem necessárias, para que não perca as alcavalas com que já deve andar a ter sonhos húmidos…
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