Embora sejam cada vez menos os que têm paciência para ouvir Vítor Gaspar e, quando a tal se arriscam, acreditem tanto nas palavras quanto nas suas sempre erradas contas, ainda me surpreende ouvir gente supostamente identificada com as oposições a deixarem-se embalar pela ideia de termos um Estado Social muito caro, que importa «aligeirar profundamente».
Como recorda João Cardoso Rosas no «Económico» "um Estado social justo é, necessariamente, aquele que assume a sua função redistributiva e geradora de coesão social. Nesse Estado social existe universalidade dos benefícios e universalidade das contribuições, adaptadas aos rendimentos e riqueza de cada um. Este Estado social é para todos e todos nele participam. Não é um Estado social apenas para os muito pobres."
Nada pior para a identidade de um país do que a sensação de vivermos num espaço geográfico e populacional em que existam direitos diferenciados de acesso à educação, à saúde, à segurança social e a um mínimo de qualidade vida digna. Em que uns tenham direito a quase tudo e aos outros pouco mais reste do que o conformismo de não terem sido capazes de singrarem no chico espertismo em que os relvas e os limas se terão mostrado muito mais aptos.
Na sociedade de amanhã, em que pretendamos usufruir dos direitos de cidadania próprios de uma democracia digna do seu nome, as atribuições do Estado nos serviços comummente associados à vertente social têm de ser universais, eficientes e de qualidade. Contribuindo cada um de nós de acordo com os nossos rendimentos. É esse o papel regulador do Estado reequilibrando, tanto quanto possível, a distribuição desigual da riqueza, que deve ser diluída cada vez mais com mais educação e crescimento económico.
É por isso que, apesar das intensas pressões para assassinar o Estado Social até Fevereiro espoliando-o de 4 mil milhões de euros, a solução está em defendê-lo na rua por muito violenta que se venha a revelar a ação dos polícias, que caucionam os crimes deste Governo.
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