A fotografia acima mostra o realizador Arnaud Desplechin entre Benicio del Toro e Mathieu Amalric, os dois protagonistas do seu filme « Portrait de Jimmy P.» recentemente rodado no Michigan, baseado num livro autobiográfico do psicanalista Georges Devereux.
Em «Psicoterapia de um índio das planícies» esse judeu de origem húngara contou como se tornara amigo de um índio blackfoot, Jimmy P., um dos pacientes de que se vira incumbido, quando chegou à América, fugido das perseguições nazis.
Embora, como dizia o outro, palpites só no fim do jogo, o currículo de Desplechin e as interpretações de Amalric e Del Toro, fazem deste filme um dos de visão quase obrigatória para o próximo ano.
Num edifício, que evoca o hotel de «Shining» reconstitui-se o ambiente da célebre clínica de Topeka, no Kansas, onde foram colocados muitos dos psicanalistas europeus ameaçados pelas forças hitlerianas. Mas, mais do que a fiabilidade da reconstituição do ambiente clínico dos anos 40, o que mais alicia é a história da progressiva amizade entre o clínico e o paciente índio, à medida que este último vai revelando os seus sonhos e obsessões.
No final concluir-se-á que ambos são pessoas perfeitamente normais à procura de se preservarem tão bem quanto possível dos constrangimentos suscitados pelas suas origens e pulsões.
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