quinta-feira, 27 de setembro de 2012

POLÍTICA: quanto mais esbraceja mais se afunda!


São múltiplos os sinais de desespero do Governo de Passos Coelho que, qual afogado a esbracejar enquanto se afunda, vai projetando água em todas as direções sem compreender quanto acelera assim o seu mergulho definitivo.
Um dos banqueiros, que mais contribuiu para derrubar José Sócrates e promover o seu companheiro de partido - estamos a falar de João Salgueiro - já vem reconhecer que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho “não estava preparado para tomar conta do poder”.
Mas essa falta de preparação é um mito, que se vai colando à imagem do primeiro-ministro da mesma forma que, apesar de ter reiteradamente mentido aos portugueses  e favorecido amigos e conhecidos com prebendas obscenas, ainda continua a ser escandalosamente apresentado por alguns comentadores como «honesto»!!!
Aliás é o insuspeito editorial do «Diário Económico», que reconhece, a respeito das buscas policiais efetuadas em casa de antigos governantes socialistas, que as diligências da Justiça surgem numa altura em que o Governo de coligação PSD/CDS está em dificuldades e com o PS a subir nas sondagens. 
O que não suscita dúvidas é a intenção de Pedro Passos Coelho, Vítor Gaspar, Carlos Moedas e Miguel Relvas em aplicarem em Portugal as mesmas receitas que o tenebroso «tea party» pretenderia impor nos EUA numa agenda de extrema-direita, aqui apoiada pela chanceler alemã.
Só que, diz Hugo Mendes no blogue «Jugular não é só o crescimento que é incompatível com a austeridade (os defensores da austeridade expansionista andam um pouco escondidos); e já não é apenas a austeridade que é incompatível consigo própria, dado que não permite cumprir as metas fixadas (os ajustamentos orçamentais têm falhado ano após ano na Grécia, em Portugal, em Espanha); fundamentalmente, esta austeridade é incompatível com a manutenção da uma democracia estável. (…)
Nada que incomodasse os ideólogos deste modelo de capitalismo selvagem, se tivessem a certeza de que os polícias e os militares fossem fiáveis na repressão da contestação pública. Só que sobram sinais de isso poder não ser assim tão certo. O diretor do «Diário Económico» aventa a tal respeito que a fragmentação da zona euro está em marcha há dois anos, mas está a chegar a um ponto de não-retorno, e já não é nos mercados, é nas ruas. Perigoso, porque, aí, nas ruas, não haverá um ‘Super-Mário' que nos salve.
Pois! Poderemos não ter um dos pupilos da Goldman Sachs a «salvar-nos», mas poderão emergir as novas formas de democracia, que não se satisfaçam com o seu modelo representativo e ganhem substância numa maior participação de todos na definição do seu futuro…
A tal ocorrer o perigo para que o jornalista em causa alerta poderá transferir-se para o campo dos que têm sempre ganho nestes anos recentes...


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