Já passaram quase trinta e cinco anos desde que Herzog rodou esta versão de «Nosferatu», que lhe permitiu, ao mesmo tempo homenagear o expressionismo alemão dos anos 20, e sugerir a proximidade entre o nazismo e a ameaça representada pelo vampiro.
Para tal projeto contou com esse ator inigualável, quer era Klaus Kinski, seu alter ego em tantos dos seus filmes mais emblemáticos e com quem mantinha uma relação de amor-ódio. Quando os papéis lhe exigiam desmesura, Kinski encontrava formas de se superlativizar!
Os filmes de vampiros, sobretudo quando bem feitos, como é aqui o caso, têm o condão de metaforizar subtilmente esta sociedade em que uns quantos monstros vorazes sugam o sangue das suas vítimas até as deixarem exangues.
Vale a pena vê-los não só como entretenimento inteligente, mas sobretudo como alertas para este tempo em que nos é exigida a capacidade de Van Helsing e o recurso a armas tão eficazes como o eram as cruzes, o sol ou alhos na época em que Bram Stocker os começou por situar.
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