domingo, 23 de setembro de 2012

POLÍTICA: E ao oitavo dia os sicários de Passos trouxeram discurso requentado com sabor a azedo


Já aqui abordei a questão da paternidade do memorando assinado com a troika por parte do Partido Socialista para lembrar três verdades essenciais:
· nunca o então primeiro-ministro José Sócrates quis este acordo para o qual foi violentamente empurrado pela vontade de Cavaco Silva, dos banqueiros (incluindo o atual governador do Banco de Portugal) e de Teixeira dos Santos. Nesse sentido tratou-se de filho desde logo enjeitado, porque aborto inominável surgido de uma conjuntura muito desfavorável, quer interna, quer externa (era a época áurea do merkozismo!);
· desde início que Passos Coelho assumiu a determinação em ir muito além do negociado com a troika pelo que muitas das medidas por ele tomadas, e responsáveis pela aguda crise social e económica verificada catorze meses depois, nunca foram objeto de acordo do Partido Socialista, mormente o esbulho dos subsídios de natal e de férias a trabalhadores no ativo, a reformados e a pensionistas.
· as cinco revisões ao memorando entretanto acatadas, em vez de negociadas transfiguraram-no, tornando-o uma caricatura do documento original.
A tentativa desesperada de Marques Mendes e de Campos Ferreira em tentarem libertar algum do peso da responsabilidade do Governo na situação a que chegámos, e assacando-o ao Partido Socialista, só deverá merecer uma resposta firme, porque oportunista e redondamente falsa.
Enquanto militante gostarei de ver o secretário-geral António José Seguro assumir sem tibiezas o património riquíssimo herdado do governo de José Sócrates e desbaratado desde então - na investigação e ciência, nas energias renováveis, na educação, na saúde, na requalificação das escolas, na minimização das situações sociais mais graves, etc. - denunciando através dos indicadores disponíveis, quanto o país ficou bastante pior desde a passagem de testemunho a tão ruins cadáveres adiados…
É altura de ver o Partido Socialista também assimilar o espírito de uma das mais belas frases das recentes manifestações: cessou o medo, sopra o vento!

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