sexta-feira, 28 de setembro de 2012

ARTES PLÁSTICAS: Samuel Bak at the Carrier Gallery



Samuel Bak é um pintor norte-americano de origem lituana, que assistiu ao terrível genocídio perpetrado pelos nazis sobre a comunidade judaica de Vilnius em 1944. O trauma de, a partir de um refúgio precário, ver rapazes da sua idade a serem chacinados irá repercutir-se na sua obra aonde é comum encontrar pessoas cegas, de olhos descobertos ou tapados, incapazes de discernirem os seus destinos.
Ao sobreviver ao Holocausto, Samuel Bak foi encaminhado para um campo de refugiados da Baviera, havendo um filme da época a apresenta-lo na sua incontrolável tendência para pintar e desenhar. Tinha 12 anos e confirmava os dotes de criança-prodígio, que manifestava essa mesma pulsão desde a mais tenra infância.
Esse período mais remoto da sua vida foi também um dos mais felizes com a família de classe média a mostrar-se incapaz de suspeitar da iminência de uma violentíssima corrente, que não tardaria a empurra-la para a destruição. De facto, em 1941, os pais de Samuel Bak recebem ordem para abandonar a casa familiar e irem residir para o gueto. E só ele e a mãe se livrarão da solução final também ali executada.
Será nessa prisão-ratoeira, que, aos 9 anos, Samuel Bak estreia a sua primeira exposição individual, ao mesmo tempo que iam chegando levas de judeus para a antecâmara da morte, que correspondia a esse espaço circunscrito.
Hoje, aos 79 anos, o artista continua a lidar com a expressão artística da destruição e desumanização que integram as suas memórias de infância. Ele fala sobre o que são consideradas as atrocidades indescritíveis do Holocausto, criando uma linguagem visual muito pessoal para recordar ao mundo os seus momentos mais desesperados. 
Existe uma coleção permanente das suas obras na Galeria Pucker em Boston (EUA) e são muitas as exposições da sua obra nos principais museus e galerias internacionais.

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