Numa altura em que Miguel Relvas pretende desferir o golpe final no serviço público de televisão, concentrando ainda mais os meios de (des) informação na área de influência da direita, vale a pena olhar para a crónica de Vitor Belanciano na edição de ontem do «Público» e que aborda um texto do sociólogo Manuel Castells sobre o poder da internet e como ela pode contornar a intoxicação ideológica disseminada pelos por aqueles.
A constatação mais óbvia é que, pudessem fazê-lo, os poderes institucionais acabariam com a internet porque é ali que se multiplicam experiências, formas de produzir em colaboração, trocas sem dependência de dinheiro, estabelecimento de redes de informação recíproca.
Para Castells há uma evolução muito positiva com a criação de redes de debates, de organização, de ação. Segundo Belanciano ainda não se sentem alterações, porque o sistema está fechado, mas existe uma dinâmica para modificar as relações de poder e sente-se a influência sobre o mais importante: as mentalidades.
O que pode estar iminente é uma consistente revolução ideológica, sabendo-se bem o quanto elas decorrem da utilização eficiente de novos meios de produção e de informação. Por isso o artigo em causa conclui com otimismo: quando não estamos sós, somos mais fortes, conseguindo criar pressão social que pode conduzir à transformação. É um processo lento, porque a verdadeira mudança leva tempo. Mas já está a acontecer, com muita gente a pensar diferente, em conjunto.
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