Marcimain é um jovem e talentoso realizador sueco com abordagens anteriores aos movimentos juvenis do seu país nos anos 60. Nesta sua primeira longa-metragem ele aborda o caso verídico ocorrido em 1976 e que misturou prostituição com política ao envolver ministros e gente da alta sociedade em orgias e outros encontros de índole sexual, mas que resultou numa mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma.
O filme vale pela sua estética aonde sobressai a capacidade para reproduzir o ambiente histórico da época em causa.
«Call Girl» é um fresco, que se abstrai dos casos individuais e os funde no retrato de toda a sociedade baseada na mentira e na armadilha estendida à juventude para se sujeitar aos vícios de um mundo adulto sórdido e perigoso.
Não constituindo, no entanto, um panfleto político, o filme apresenta-se enquanto espécie de parábola moral em que os poderosos revelam toda a sua cupidez. Isso num país que tanto enaltece a probidade e a moral enquanto valores fundamentais.
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