quinta-feira, 20 de setembro de 2012

FILME: «A Balada de Bruno S.» de Werner Herzog (1976)



Ao sair da prisão aonde acabou de cumprir uma nova pena, Bruno Stroszek assiste a uma cena que o revolta: um proxeneta quer «vender» a prostituta Eva a outro chulo.
Para proteger a rapariga Bruno esconde-a no seu modesto apartamento, encontrando aí Scheitz, um velho singular, que se encarregara de olhar por aquele espaço durante a ausência do locatário.
A ameaça dos traficantes justifica a fuga do trio para a América, por eles tido como a melhor solução para começar nova vida.
Neste filme Herzog volta a colaborar com o ator amador e cantor de rua Bruno S., com quem já tivera tão bons resultados no filme «O Enigma de Kaspar Hauser».
As cenas berlinenses têm muito a ver com a biografia do próprio Bruno, ganhando por isso em autenticidade. Mas, em vez de explorar essa via, Herzog prefere, através dele, defender o direito a uma vida decente para os mais marginais.
No livro «O Cinema Alemão», Roland Schneider vê no personagem de Bruno um novo Cândido. Na sua procura de si mesmo e dos outros, este homem solitário e feliz com a sua música, com o vizinho e com o seu animal, quer fugir à violência e à humilhação no sonho americano aonde os índios explorados acabam por replicar os turcos, que conhecera no seu próprio país.

Sem comentários:

Enviar um comentário