Ao concluir a visão deste filme de Jim Sheridan a questão mais óbvia, que se me colocava era esta: mas com tal realizador e elenco não seria de esperar muito mais? E ao consultar alguns sites de quando ele foi estreado deu para perceber o porquê desse incómodo: não só o realizador solicitou à Associação dos Realizadores Americanos, que retirasse o seu nome da ficha técnica por não haver correspondência entre a montagem chegada ao público e a que ele conjeturara, como também Daniel Craig e Rachel Weisz recusaram promover o filme.
Temos, pois, um daqueles objetos híbridos retrabalhados pelos estúdios de forma a conterem as fórmulas passíveis de virem a agradar ao seu mercado-alvo. Mesmo que a psicologia aqui revelada seja de pacotilha e o final dececionante.
Temos, pois, um suposto criminoso cuja amnésia leva à recriação de fantasmas na sua mente, mas suficientemente persistente para ver esclarecida a verdadeira autoria da morte da própria mulher e das filhas.
Ainda nos sentimos tentados a encontrar algo de semelhante ao brilhantismo de «Shining», mas será esperança vã e pouco duradoura. Para os produtores, que se apossaram do trabalho dirigido por Sheridan, a vingança final garantirá a tranquilidade dos habituais ruminadores de pipocas, que poderão ter estado meio adormecidos a ver uma história que, passada a surpresa verificada mais ou menos a meio, evolui para a solução por aqueles desejada.
Só abona a favor de Sheridan, de Weisz e de Craig o terem-se querido dissociar de um título, que nada acrescenta às duas biografias e facilmente olvidável no mais curto lapso de tempo...
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