sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Como de costume, as direitas arrasadas no debate parlamentar


O primeiro debate parlamentar do ano entre o primeiro-ministro e a oposição replicou o costume: o PSD com um nervosismo inerente a estar a passar por disputas autofágicas e o CDS a escolher o insulto e os ataques pessoais como forma de escamotear a sua completa ausência de argumentos.
As direitas agarram-se ás dificuldades do Serviço Nacional de Saúde, qualificando-o de caótico, mas Jerónimo de Sousa identificou bem o motivo de tanta celeuma: uma campanha orquestrada de vários canais de propaganda para impedirem a secundarização dos interesses privados na satisfação das necessidades da enorme maioria dos cidadãos. Os mandantes dos políticos das direitas e donos dos jornais e televisões, que lhes sustentam a cruzada, receiam o desiderato do processo governativo dos últimos anos, caracterizado por contratação de mais profissionais, concretização de mais atos médicos e construção de novos hospitais, culminando num SNS à medida do definido na Constituição: o direito universal e gratuito à saúde, que sonegue aos grupos económicos do setor a prossecução do seu obsceno negócio. Muito justamente António Costa deixaria no ar a pergunta da razão, porque os telejornais não visitam os hospitais privados onde, por estes dias, os tempos de espera também se têm mostrado exagerados.
As direitas agitaram, igualmente, a enorme falácia do Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas que deveria estar concluído em 2020, mas só se concretizou em 20%. António Costa pôs bem os pontos nos is: para além de estarem atualmente em execução 40% dos trabalhos previstos e outros 20% em vias de concluírem a fase de projeto, o que o governo encontrou há três anos, ao tomar posse, foi um mero power point, sem estudos fundamentados do que se pretendia, nem muito menos concursos lançados para a sua concretização. Pior ainda: não se operara a necessária ligação com as autoridades europeias para viabilizarem as verbas para els canalizáveis.
As direitas deveriam ter vergonha de utilizarem uma fake new desta natureza. Porque se Cristas gosta de enfatizar a suposta «incompetência» do primeiro-ministro teria de olhar para si e para os comparsas do governo anterior, como tendo a enormíssima responsabilidade pelo que deixaram estragado e este governo, e  esta maioria parlamentar, têm andado a consertar.
É evidente que as direitas olham horrorizadas para os sucessos, que as circunstâncias tendem a comprovar doravante como resultado da solução política encontrada há três anos. Por isso mesmo agitam-se, nervosas, com o receio de se verem reduzidas a expressão ainda mais minguada na capacidade de condicionarem o futuro dos portugueses. Se tantos oponentes de Rui Rio se manifestam é por temerem o que as urnas ditarão nos sucessivos atos eleitorais deste ano. Mudar alguma coisa para que, da sua parte, ideologicamente, tudo fique na mesma, é a estratégia, que lhes resta. E que não lhes evitará o anunciado fracasso.

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