Na «Science et Vie» deste mês dão-se escassas esperanças quanto ao sucesso da luta contra a proliferação dos plásticos um pouco por todo o lado, e nos oceanos em particular. Uma investigadora da Universidade de Toulouse coloca o desafio um pouco nestes termos: o projeto Clean Up, que irá a iniciar a limpeza do imenso Great Pacific Garbage, conseguirá recolher, em cinco anos, entre 100 e 150 mil toneladas de dejetos de tamanho superior a 1 centímetro. Ora, anualmente, chegam aos oceanos 100 milhões de toneladas, ou seja cerca de mil vezes mais do que esse objetivo quinquenal. Pior ainda: a quantidade maior de resíduos plásticos até nem reside nas garrafas e outros objetos, que tanto nos impressionam, quando nos mostram esse continente á deriva no meio do Pacífico. São partículas mais pequenas, resultantes da fragmentação suscitada pelos raios ultravioletas e pela ondulação, que se misturam com o plâncton e entram na cadeia alimentar pondo-a em sérios riscos.
O panorama é, de facto, muito grave: todos os anos são produzidos 400 milhões de toneladas de plásticos, três quartos dos quais acabam no lixo, muitas vezes após uma única utilização. E prevê-se a duplicação desse volume de poluentes nos próximos vinte anos, sobretudo com o contributo dos países em vias de desenvolvimento.
Face ao desastre ecológico, já hoje percetível, nenhuma solução atual parece eficiente: nem a recolha de plásticos nos oceanos, nem a sua reciclagem, nem as enzimas preparadas pelas empresas biotecnológicas. A única e verdadeira alternativa reside na fonte: estaca-la, ou seja, proibir a sua produção ou restringi-la às utilizações justificáveis, que sejam imediatamente substituídas por novos materiais não poluentes, a serem futuramente disponibilizáveis por quem está a porfiar na sua criação..
A dimensão do problema não permite, que se procrastinem as difíceis, mas imprescindíveis, decisões a nível internacional!
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