quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Pela remoção do lixo nazi nos expositores das livrarias


Dias atrás um amigo queixava-se, que da visita a uma das maiores livrarias lisboetas, o chocara a profusão de livros nos expositores com suásticas na capa. Por essa altura, no «Diário de Notícias», João Céu e Silva rastreava como sendo seis os títulos recentemente publicados com essa «característica», um deles declaradamente pró-nazi, os outros cinco mais comedidos quanto à suposta benignidade dos seus personagens, quer fossem reais, quer fictícios.
Recordei, então, o incómodo também sentido há uns tempos atrás, quando, numa livraria do Forum Almada, deparei com o destaque conferido ao «Mein Kampf», quando acabado de editar. Na altura fiquei-me pelo despique com um dos empregados, que alegava a liberdade dos livreiros em colocarem à venda o que quisessem, muito embora tivesse ponderado o pedido do Livro de Reclamações por considerar o abjeto/objeto como ofensivo para com parte representativa dos potenciais clientes do estabelecimento. Não o fiz, mas penalizo-me pelo comodismo, porque é tempo de dinamizar um sentimento declaradamente antifascista no espaço público, devolvendo ao lixo aquilo que dele nunca deveria ter reemergido. Daí a relevância de número substantivo de consumidores assumirem uma postura ativa contra a atividade culturalmente terrorista, assumida por editores, distribuidores e livreiros, que fomentam a disseminação de viperinas conceções da vida em sociedade, como se elas se equivalessem, em legitimidade, com as defensoras do espírito das Luzes com as suas liberdades fundamentais consagradas na Declaração dos Direitos do Homem, essas sim dignas de enfáticas promoções.

Sem comentários:

Enviar um comentário