sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

As televisões e os jornais andam num afã a contratarem mais opinadores de direita

Se Ricardo Costa, Sérgio Figueiredo ou Manuel de Carvalho, respetivamente responsáveis pela falta de qualidade da SIC, da TVI ou do Público, andam a despedir comentadores e a contratar outros, não têm apenas a rentabilidade como objetivo: os seus patrões - donos dos meios de (des)informação em causa - já compreenderam que o desgaste do governo e dos demais partidos da maioria parlamentar não será conseguido apenas com o concurso da Cofina ou do Observador. Apesar da má imprensa e do concurso de muitas greves motivadas por mesquinhos interesses corporativistas, António Costa e os partidos, com que pretenderá prosseguir coligado depois de outubro, vão, de acordo com as sondagens, mantendo uma média de 20 pontos acima da soma dos que se lhes opõem à direita.
Razão para quererem tornar constante um discurso direitista fiando-se nos pressupostos de Goebbels a propósito dos «méritos» das mentiras mil vezes repetidas. Como a que Marques Mendes emitiu sobre a redução da despesa no Serviço Nacional de Saúde, destinada a ser retomada pela Cavaca da Ordem dos grevistas cirúrgicos e seus concertados altifalantes, mas que é rigorosamente falsa, como o demonstrou o comunicado dos Ministérios das Finanças e da Saúde, que enalteceu o ter-se ultrapassado pela primeira vez os 10 mil milhões de euros no setor em 2018, ou seja mais de mil milhões acima do que se gastava em 2015. No entanto as televisões e os jornais darão sempre maior relevo às mentiras do anão da SIC do que ao esclarecimento fundamentado do governo.
Ao contratarem gente da estirpe de António Barreto ou Paula Teixeira Pinto para se juntarem ao casal Moniz e a outros figurões e figuronas dignos de autêntica galeria de horrores, o que os manipuladores da realidade pretendem é multiplicar essa disseminação de mentiras de forma a ocultarem o mais possível os números indesmentíveis do Instituto Nacional de Estatística e outras instituições mais ou menos independentes. Mas convirá, igualmente, estar atento ao que delas provirá, porque até mesmo o Banco Mundial veio agora desculpar-se por ter falsificado os indicadores chilenos, agravando-os quando estava Michelle Michelet na presidência e empolando-os quando era o seu rival de direita, Piñera.
Às vezes lamento a excessiva passividade com que as esquerdas reagem a tudo isto não arregaçando as mangas para contrariar ativamente o presente estado das coisas na comunicação social. O escândalo já é tão evidente, que deixá-lo tal qual está é um convite para ver piorado o que já é suficientemente mau...

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