domingo, 27 de janeiro de 2019

Que levará pessoas inteligentes a defenderem o mesmo que Trump?


Um tweet da Bárbara Bulhosa é de particular acuidade no atual momento político venezuelano: tendo sido Trump o primeiro a reconhecer a «legitimidade» do golpista Juan Guaidó, fica tudo dito. Pelo menos para quem segue a regra - o meu caso! - de ser correto tudo quanto for o exato contrário do que o pato-bravo da Casa Branca defende. Que pelos vistos não é o que pensam alguns amigos que, no facebook, têm discordado da aqui denunciada evidência de tão súbito afã pela democracia por parte dos EUA e da União Europeia só se dever ao oceano de petróleo oculto nas profundezas do solo venezuelano.
Julgam porventura que a pobreza é menor nas Honduras ou na Guatemala, onde mandam ditadores por conta do tio Sam e que até justifica as caravanas de desesperados a porem-se a caminho da «terra dos sonhos», porque lhes venderam a ilusão de ali encontrarem alternativa à miséria em que vivem? Porque mostram tanto ódio por Maduro e total indiferença pelo guatemalteco Jimmy Morales ou pelo hondurenho Juan Orlando Hernandez, cuja reeleição foi assegurada por um escrutínio muito mais fraudulento do que os realizados na diabolizada Venezuela, ademais tendo por irmão um comprovado chefe das redes de narcotráfico da América Central?
Pessoalmente custa-me a compreender que pessoas inteligentes esqueçam a natureza expansionista do imperialismo norte-americano, e predatória dos respetivos capitalistas, adotando posições políticas, que vão a contracorrente do que significa maior justiça e igualdade para os tais 99%, desapossados da escassa riqueza para maior acumulação de lucros dos 1% restantes. Quando farão aquele tal pequeno esforço para serem, um niquinho que seja, mais revolucionários?
(Porque quase por certo os que manifestam ódio por Maduro não conhecem os dois fantoches acima referenciados aqui ficam os retratos para que prestem alguma atenção a quem merece ainda maior indignação do que àquele votam. Acrescenta-se também uma reportagem televisiva sobre a repressão militar exercida há cerca de um ano sobre o povo hondurenho e pelo qual não vi aquilo ninguém libertar umas lágrimas, nem que fossem de crocodilo).

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