Marcelo tornou-se presidente de todos os portugueses há um ano. De todos? Tenho-o dito e repito: nunca foi nem será o meu, por muito que se multiplique em tentativas de sedução mediática um pouco por todo o lado.
Não alinho com quem nele não votou e anda derretido com o recurso contínuo da demagogia (mesmo que, reconheça-se!, muito inteligente), em cargo onde se esperaria menos opiniões sobre tudo e mais alguma coisa e alguma gravitas.
É certo que a herança cavaquista fez com que se seja complacente com quem se tem mostrado a sua antítese, mas continuo a confiar no que Sérgio Godinho pôs um dia em forma de canção: «Há-de alguém ser quem não é?»
A pergunta tanto pode ser utilizada para o bem, como pressupunham os versos em causa, como para o mal, que é o caso deste homem católico e de direita, ou seja com dois traços estruturantes do seu carácter de que logo me distancio.
A minha esperança, enquanto cidadão, consiste em que nele se sobreponha a vaidade de ver perdurada a memória de se colar ao sucesso de um governo duradouro e prestigiado em prol dos interesses da maioria dos cidadãos, em vez de, por preconceito ideológico, tudo fazer para o abortar. Mas isso depende muito mais das capacidades de António Costa e da conjuntura em que vierem a decorrer os próximos três anos do que do próprio Marcelo...
Tenho, igualmente, a curiosidade de ver até quando se deixarão embalar os eleitores por este populismo soft que, utilizado até à náusea, poderá cansar...
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