O meu amigo Fernando é um cético. Em tempos andámos a navegar nas mesmas águas, porque eram elas as percorridas pelos navios cujas tripulações nos integravam. Mas as outras «águas», as políticas, sempre nos distanciaram, porque sempre defendi as esquerdas e ele nunca se quis comprometer nem com elas nem com as que se lhes opunham num sentido mais ideológico.
Nas últimas semanas tenho tido o privilégio de o ver comentar os textos aqui postados, mantendo a atitude de desconfiança quanto ao caminho por que vamos politicamente seguindo. Ao meu inveterado otimismo vai reagindo com um mitigado pessimismo, só suavizado pela assumida expetativa de ver para crer.
A realidade, porém, vai-me dando razão: não só no-lo dizem os indicadores económicos, mas até jornais internacionais e a Universidade de Harvard, andam a entusiasmar-se com a alternativa representada por esta solução de convergência das esquerdas como antídoto contra os populismos da s extremas-direitas.
Quero crer na possibilidade de haver aqui algo de novo, de pioneiro, passível de vir a ser replicado noutros países onde o conluio dos sociais-democratas com o capital financeiro nos trouxe até ao impasse de que nos começamos a livrar. Até porque, representando Trump um puxão demasiado brusco para a direita, as leis da Física pressupõem a forte possibilidade de igual força aplicada em sentido contrário.
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