1. A rapidez com que as autoridades reagiram ao risco de grave acidente no viaduto de Alcântara demonstra a seriedade com que hoje se encara a prevenção de males maiores.
A paragem do tráfego rodoviário e ferroviário pode causar graves transtornos à circulação num eixo fundamental da cidade, mas constitui uma inflexão digna de elogio em relação à prática de esperar para ver, que tanto norteava a prática do anterior governo.
Já não vivemos tempos em que se empurrem os problemas com a barriga ou see escondem debaixo do tapete, procurando dar-lhes solução atempada.
Exceção à regra? A enorme dívida soberana seriamente agravada nos anos da troika. Mas aí não deixa de ser judicioso aguardar pelo resultado das eleições alemãs. É que cresce a probabilidade de Martin Schultz empurrar Merkel para a reforma, dando início a uma nova atitude nas políticas europeias.
2. O homem já anda combalido desde a semana passada, quando o seu partido quase foi varrido do parlamento holandês, mas a posição oficial portuguesa de exigir a demissão do presidente do Eurogrupo contrasta com a diplomacia subserviente dos anos passistas.
Sabe bem ter um governo, que não se intimida perante os que se julgam mais fortes, argumentando-lhes com posições de princípio para os remover de onde não merecem estar, quanto mais não seja por não conseguirem disfarçar a boçalidade, que lhes ensombra a mente.
Esperemos que a teimosia de Schäuble não baste para abrir um guarda-chuva protetor a quem dele mais não foi que servil vassalo.
3. Outro subordinado, sobre quem quase ninguém insiste em defender, é Durão Barroso, que se juntou a Santana Lopes no coro dos descontentes com o livro de José Pedro Castanheira sobre os anos da presidência de Jorge Sampaio.
No seu caso não terá gostado da denúncia de só ter avisado o presidente quanto à iminência da cimeira das Lajes a quarenta e oito horas dela acontecer, confrontando-o com o seu facto consumado.
Procurando desculpar-se, o atual serventuário da Goldman Sachs veio afirmar que recebeu o telefonema de Aznar e logo telefonou para quem dependia institucionalmente. O que todos os conhecedores do caso desmentem, havendo quem afiance ter Barroso alinhado na fantochada onze dias antes.
Mas existe outro elemento que confirma a mentira de Barroso: é regra estabelecida que as deslocações dos presidentes americanos no Air Force One exigem setenta e duas horas de preparação, pelo que Bush já se sabia nos Açores com tal antecedência.
A quem pretenderá Barroso ainda enganar?
4. Qual a dose de nepotismo, que os norte-americanos estarão dispostos a tolerar até correrem com Donald Trump da Casa Branca?
Por agora a indignação por genro e filha terem aí gabinetes ainda não justifica a impugnação por que suspiramos (muito embora o vice-presidente seja tão assustador quanto o pato-bravo!), mas o copo vai enchendo. E foi um conhecido chinês que constatou bastar uma faísca para que toda a pradaria se incendeie!
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