Numa das suas mais recentes emissões John Oliver dava conta de um exemplo prático de como Trump apavora os imigrantes: sempre que liga para casa a avisar que vai chegar mais cedo e está ... excitado!
Numa destas noites a pobre da Melania deve-se ter sentido de folga, porque as preocupações do parceiro terão justificado prolongada insónia em torno de uma questão angustiante: como é que andam a descobrir todos os contactos, que os meus homens de mão andaram a fazer com os russos?
Horas e horas a fazerem-no andar em loop deram, de súbito, lugar à epifania: “só pode ter acontecido porque o Obama mandou pôr escutas nos meus telefones!”
E vai de começar a postar tweets em prodigiosa sucessão ainda os relógios não tinham batido as seis da manhã.
Não lhe passou pela cabeça que seriam os russos a estarem - como sempre estão! - sob a vigilância do FBI, da CIA ou de qualquer outra das muitas agências de espionagem em que os EUA são tão pródigos. E que todos quantos se encontram com esses russos em território americano acabam por vir na rede.
Como estória da carochinha iludirá uma vez mais os indefetíveis, que só veem a Fox News ou seus sucedâneos. A curiosidade residirá em aferirmos por quanto tempo eles continuarão a ser tão numerosos quantos os que em 8 de novembro decidiram eleger tal espécime para a Casa Branca.
Mas um certo ambiente de fim deste ciclo, há tão pouco iniciado, já se sente noutros aspetos da vida norte-americana: porque tem o stock farmacêutico quase a expirar o prazo, o governador do Arkansas decidiu executar a pena de morte em oito prisioneiros no prazo de dez dias. Ciente de não ter quem lhe venda mais produto para matar os condenados, ele aproveita o que lhe resta para uma “despedida em grande”. É que a rejeição dessa pena capital pelos eleitores norte-americanos está a crescer a olhos vistos e não tardará que os políticos com vocação homicida se vejam privados dos meios de a concretizar.
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