O Relatório do Banco de Portugal, que prevê em alta o crescimento da economia portuguesa em 2017, chegando a 1,8% do PIB, e uma redução do desemprego para baixo dos 10%, confirma a viragem das várias instituições, inicialmente muito céticas em relação aos resultados da governação socialista, e agora obrigadas a reconhecer os seus méritos. A própria UTAO já começa a indiciar esta mesma viragem e, um destes dias, até nem será de espantar se a drª Teodora também vier juntar-se ao cada vez mais afinado coro.
Faltarão algumas entidades internacionais, que ainda insistem no seu preconceito, nomeadamente as agências de notação financeira, mas também elas tenderão a ser vencidas por aquela que tem sido uma das grandes qualidades de António Costa em todo este processo de viragem da economia nacional: a paciência.
Não se confunda, porém, essa característica com uma qualquer forma de subserviência. Pelo contrário: enquanto Passos Coelho entrava nos Conselhos Europeus a medo, como se interiorizasse a possibilidade de lhe pedirem para imitar Durão Barroso na condição de mordomo da festa, Costa irrompe confiante por ali adentro, ciente de nada dever a ninguém e apostado em se fazer ouvir.
Sabe bem ter um líder assim: ousado nas negociações, mas prudente na consciência dos passos que pode dar para o atual tamanho da perna.
Não admira que os portugueses estejam mais e mais confiantes no seu futuro: os índices definidores desse estado de alma equiparam-se aos de 2001, quando António Guterres ainda liderava um governo, que parecia conduzir o país na direção certa depois dos êxitos conseguidos com a Expo 1998, a independência de Timor e a incumbência de vir a organizar o Euro de 2004. Agora depois dos hiatos suscitados pela crise dos subprimes e pela vinda da troika, parece retomado o caminho de que lamentavelmente se desviou...
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