Há por aí muita gente que está morta politicamente, mas ainda não deu por isso. Apesar de serem mais do que muitas as evidências nesse sentido. Um deles é Jeroen Djesselbloem com o qual já não vale a pena gastar mais latim tão viral se tornou a indignação institucional e as das redes sociais contra as infames afirmações com que insultou os países do sul da Europa. Quando se trata de encontrar explicação para o abrupto desastre dos sociais-democratas holandeses nas eleições da semana transata, basta considera-lo como um dos seus rostos maiores: não são só as vítimas europeias do austericídio de que ele foi um dos principais entusiastas a execrá-lo. Os compatriotas devotaram-lhe idêntico sentimento de rejeição.
Outros zombies a carecerem de golpe de misericórdia são os velhos fascistas do PNR ou a reciclada versão dos que quiseram promover e promover-se à pála de Jaime Nogueira Pinto. O confronto verbal de ontem na FCSH constituiu o ligeiro sobressalto de um vulcão em vias de extinção. É que, por uma vez em muito tempo, Clara Ferreira Alves acertou em recente crónica, quando lembrou exaustivamente o que significaram os sinistros anos do salazarismo, que tais trogloditas insistem em sacralizar.
Idêntico definhamento conhecem os que, nas direitas, andam sempre à espera de notícias, que lhes aticem a pálida ilusão quanto a recuperarem o «pote». Mas ele vai ficando sempre mais distante, seja porque a descida do desemprego conhece ritmos desconhecidos há quase três décadas seja porque a atividade económica em fevereiro confirma a dinâmica do crescimento dos meses mais recentes. Com tal cenário quem, senão apenas os indefetíveis, acedem a servir de cordeiros à expectável degola de outubro?
Penosa vai sendo a tarefa dos opinadores das direitas nas várias televisões: por mais imaginativos, que queiram ser, não há criatividade bastante para almejarem escamotear os sucessos da maioria parlamentar.
Sem comentários:
Enviar um comentário