Tem sido frequente o argumento das direitas, sobretudo de Cristas, em como estamos a pagar impostos como nunca antes sucedera. A desonestidade da dita cuja assume tal dimensão que refere-se ao volume total de receitas do Estado, perfeitamente natural, quando muitos dos antigos desempregados passaram a ter emprego, pagando os respetivos impostos, tal qual o fazem as suas entidades patronais. Havendo muitos mais trabalhadores a aumentarem o produto interno bruto e as quotizações para a Segurança Social, só nos podemos congratular pelo correspondente efeito nas contas do Estado. Por outro lado se o consumo cresce, as receitas provenientes do IVA acompanham essa tendência e fortalecem os cofres estatais. Mas se dúvidas existissem aí estão os números agora conhecidos do Eurostat, que demonstram ser significativamente inferior a percentagem do PIB português proveniente de impostos e quotizações sociais - 36,9% - em comparação com os países do euro (41,4%) ou os da União Europeia no seu todo (40,2%).
Se houvesse um pingo de vergonha na mente da criatura melhor faria se ficasse calada!
O índice de desemprego tem sido, igualmente, um número que as direitas, e os meios de comunicação social, seus empenhados altifalantes, vão olhando com atenção, esperançadas em poderem dizer finalmente, que ele voltou a subir. Lá vem um mês - e isso sucedeu em setembro - em que os 6,7% pareciam indiciar um termo na sua contínua descida e já alguns embandeiravam em títulos segundo os quais o desemprego parara de crescer, revelando a incapacidade do governo em manter o bom desempenho revelado até aqui. Mas lá têm de se desiludir, porque, aferido o indicador, lá vem o INE com nova descida em mais um décimo.
Poderíamos pensar que a evidência os calaria? Qual quê! No «Expresso« deste fim-de-semana, e sem qualquer comprovativo em que se sustente, já aparece quem preveja uma inflexão para outubro. Infelizmente os leitores costumam ter memória curta e esquecem facilmente os embustes que, continuamente, lhes vão servindo.
As boas notícias não se esgotam aí: o mesmo INE acaba de revelar que a taxa de risco de pobreza desceu para 17,3%, que é o valor mais baixo verificado desde 2003. O que, associado, ao fim da dívida ao FMI anunciado por António Costa durante a discussão do Orçamento para 2019, só confirma como continuamos a singrar na boa direção rumo a um futuro mais bonançoso para a grande maioria dos portugueses.
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