1. Não hão-de os prosélitos da medicina privada multiplicarem esforços para porem em causa o Serviço Nacional de Saúde - servindo-se para tal dos enfermeiros como sua tropa de choque! -, se não falta dinheiro para os negócios do setor que, diz-nos o «Jornal de Notícias», chegaram a seis mil milhões de euros no último ano só na compra e venda de clínicas e hospitais. Esse valor equivale a 60% do valor orçamentado para o setor no Orçamento Geral do Estado para 2019.
Com tanto dinheiro disponível para investimentos em estabelecimentos donde se perspetivam suculentos retornos, não será difícil presumir a proveniência das centenas de milhares de euros recolhidos pelos grevistas que, nas últimas semanas, têm cometido atos terroristas ao porem em causa a vida de tantos portugueses, que viram as cirurgias e outros atos médicos adiados.
2. Sendo dirigente sindical há muitos anos deveria ser dos últimos a pôr em causa o surto de greves, que vêm infernizando a vida de tantos portugueses. Mas quando tanta gente é prejudicada pela falta de responsabilidade de uns quantos e pelas pretensões dos que sentem urticária perante esta maioria parlamentar, temos de considerar que, excluindo o caso específico dos estivadores de Setúbal, todos os demais grevistas são ativos facilitadores de um caldo de cultura propício aos movimentos populistas de extrema-direita. Nestas circunstâncias os máriosnogueiras, que têm imerecido tempo de antena nas televisões, são cúmplices ativos de quantos pretendem balsonarizar o nosso futuro!
Vai crescendo a vaga de fundo, que repudia este surto desmesurado de greves não faltando muito para que um direito fundamental dos trabalhadores seja detestado por quem mais o deveria acarinhar...
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