segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Os pífios papões da extrema-direita


O ano está quase a acabar, as malas feitas para o voo até paragens mais frias e sinto moderada expetativa em relação a uma manifestação da extrema-direita, que aposto vir a ser um merecido flop. A exemplo, aliás, da que prometia voltar a encher os Campos Elísios no passado sábado e, apesar do esforço das nossas televisões para a enfatizarem, constituiu um passeio dos tristes pela gélida avenida com mais polícias do que contestatários a quem guardarem. Por muito que se esforcem para que tal arruaça venha a incomodar o governo e a maioria parlamentar, os media  do nosso descontentamento dificilmente mascararão a ridícula intenção dos  seus promotores.
Se é tempo de balanço relativamente a este ano de 2018, a ascensão das extremas-direitas em vários continentes é tema incontornável. Perante esquerdas que ainda pensam exequíveis as soluções sociais-democratas dos Trinta Gloriosos Anos, abriram-se espaços para os nostálgicos das ditaduras da primeira metade do século passado. E que então mergulharam a Humanidade em tantas tragédias.
Até agora a consequência desse despertar dos mortos-vivos amedrontou os mais timoratos, que receiam novas tragédias. É outro o meu pensar: como a História no-lo demonstrou em várias oportunidades, esta gente tenderá a ser protagonista de farsas progressivamente desmascaradas enquanto tal. Basta olhar para as manifestações, que vão ganhando dimensão na Polónia ou na Hungria contra os aprendizes de feiticeiro de magos há muito denunciados como de incompetentes poderes. Ou olhar para sondagens, que reduzem o eleitorado de Marine Le Pen a metade do que nela votou nas últimas presidenciais francesas ou pressupõe menos de 20 deputados para os fascistas do país aqui ao lado.
A mudança, que 2019 já promete será a da progressiva queda de Trump, cada vez mais assustado com a possibilidade de ser impugnado e arriscar pena de prisão pelas malfeitorias cometidas, ou o caldeirão a ferver, que Balsonaro terá de enfrentar com a sua parca inteligência, sendo provável que as bravatas a que se sentirá tentado se virem em ricochete gerando-lhe um resultado oposto ao que esperaria conseguir.
Atrás de tempos, tempos vêm, e o meu otimismo inabalável - um marxista, se o é, nunca pode deixar de o ser! - pressupõe que as esquerdas voltarão a tomar a dianteira das governações, tão só se deixem de mesuras e se assumam como aquilo que devem ser: orgulhosamente socialistas!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário